2014/02/05

Governador de Alagoas demite delegado acusado de furtar cheques

Haroldo Lucca Gonçales é acusado de peculato e formação de quadrilha.
Ele teria furtado R$ 1 milhão em cheques apreendidos em operação.

Natália Souza Do G1 AL

Haroldo Gonçales chegou a ser preso, mas foi liberado dois meses depois.  (Foto: Ascom/PC)Haroldo Gonçales chegou a ser preso, mas foi
liberado dois meses depois. (Foto: Ascom/PC)
O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) exonerou, nesta quarta-feira (5), o delegado Haroldo Lucca Gonçales, através de um decreto no Diário Oficial do Estado. Gonçales é acusado de peculato e formação de quadrilha, após furtar cheques no valor de R$ 1 milhão que haviam sido apreendidos em uma operação policial, em abril de 2012, e estavam sob sua guarda.
De acordo com o processo disciplinar, na época do crime, Gonçales era titular da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Ordem Tributária e a Administração Pública (Decotap) e participou da operação Espectro, que apreendeu dinheiro em espécie e em cheques no valor total de R$ 4.250.370,86, os quais ficaram na delegacia.
As investigações posteriores demonstram que mais de R$ 1 milhão, em cheques, teriam desaparecido da delegacia, ficando depois constatado que tais cheques foram indevidamente descontados para a aquisição de imóveis.
Constatou-se também que os referidos cheques, que deveriam estar custodiados pelo delegado, foram depositados nas contas bancárias de terceiros. O delegado chegou a ter prisão decretada, sendo liberado, meses depois, por decisão judicial. Atualmente, responde a processo na Justiça.

Vilela atendeu o pedido da Polícia Civil de Alagoas, após resolução do Conselho Superior de Polícia Civil (Consupoc) que, por unanimidade de votos, acompanhou o parecer do delegado-geral Carlos Reis, que à época, foi o relator do caso junto ao referido colegiado.
Como cabe ao governador a decisão final sobre a demissão de servidor público, o Consupoc  enviou o caso à apreciação do chefe do Executivo estadual, em reunião realizada em 26 de novembro passado, ocasião em que foi analisado parecer da Corregedoria de Polícia Civil que acusou o delegado de “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função policial e praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a dignidade da função policial”.
O Ministério Público de Alagoas chegou a ingressar com uma ação civil pública contra o delegado por ato de improbidade administrativa em março de 2013.
A reportagem do G1 entrou em contato com o advogado do delegado, Fernando Maciel, que afirmou que vai se posicionar ainda na manhã de hoje.

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