Polícia não descarta prisões de ex produtores que estão na área da Suiá Missú que foi reconhecida como Reserva Indígen
Policiais estiveram na área da Suiá Missú nesta quinta-feira e ação para retirar ex produtores pode
Foto por: Agência da Notícia
Foto por: Agência da Notícia
Os
ex-produtores da Suiá Missú que estão de volta na área podem ser
expulsos a qualquer momento pela Polícia que já está na área, aguardando
ordem para cumprir decisão judicial da 1ª Vara da Justiça Federal de
MT emitida no último dia 28, determinando a retirada de todos os não
índios da reserva.
O
delegado Marcelo Xavier, Chefe da Polícia Federal em Barra do Garças
informou que só aguarda o momento para colocar as equipes para agir numa
desocupação forçada.
Nesta
quinta-feira (13), policiais estiveram na região e chegaram a conversar
com os ex-produtores, eles teriam pedido para que eles deixassem o
local, impedindo assim uma ação policial.
Os ex
produtores dizem resistir já que de acordo com eles, a volta para Suiá
Missú, foi justamente porque o Governo não cumpriu com o que prometeu e
muitos estariam em situação de desespero. “O Governo não assentou
ninguém, nós queremos nossa terra de volta, somos produtores e não
marginais”, disse o Presidente da APROSUM – Associação dos Produtores da
Suiá Missú.
Segundo o
delegado, durante a ação policial será decretado o perdimento de todos
os bens que porventura permanecerem na reserva, daí a orientação de
saída voluntária. Porém, ele alertou que a tolerância ao descumprimento
da decisão judicial já se esgotou e que, por isso, a qualquer instante
as forças policias estão preparadas para deixar o regime de
monitoramento e entrar nos 165 mil hectares da reserva de forma
ostensiva.
Segundo
Xavier, entretanto, a realidade na reserva é diferente. Ele confirmou a
reconstrução das casas, mas afirmou que tratam-se de estruturas bastante
precárias, como barracos de lona e palha. Algumas das cerca de dez
construções abandonadas dentro da terra indígena desde a desintrusão
estariam sendo reaproveitadas.
O delegado
também garante que não há cerca de 400 famílias de volta a área como foi
divulgado, ele alega que esse número seria informado pelos produtores
para incentivar a volta de outras famílias.
Os
responsáveis apontados pelo delegado seriam “agitadores” que podem vir a
responder por incitação ao crime, formação de quadrilha, desobediência a
decisão judicial, invasão de terra pública, crime ambiental e até por
incêndio - devido à destruição de um prédio da Fundação Nacional do
Índio (Funai) na área.
“As pessoas
estão sendo ludibriadas com isso. São pessoas instruídas que estão
usando a população carente como massa de manobra para retornar para a
área”, declarou o delegado.