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Na contramão do desenvolvimento, Mato Grosso parece caminhar a passos
lentos quando o assunto é a infraestrutura de sua malha viária.
Programas do governo do Estado como o MT 100% Equipado – orçado em R$
241 milhões –, o MT Integrado – com custo total de R$ 1,5 bilhão –,
entre outros investimentos milionários, ainda não surtiram efeito e uma
parcela da população mato-grossense começa a entrar em pânico. Isto
porque, mal teve início a época das chuvas, problemas crônicos em
cidades do Estado já podem novamente ser observados. Na saída de Colniza
para Aripuanã (1.114 e 1.014 km de Cuiabá, respectivamente), por
exemplo, a população já sofre com os atoleiros encontrados no local. Por
se tratar da principal rota de entrada e saída da cidade, rapidamente
os munícipes começam a ser penalizados com o desabastecimento de
alimentos, medicamentos, combustível e produtos em geral.
Todos
os anos a situação se repete, mas, ao que parece, não incomoda os
gestores, que se limitam a realizar medidas emergenciais, muito aquém
daquilo que é esperado pela população. Em fevereiro deste ano, por
exemplo, a Câmara de Vereadores de Colniza chegou a encaminhar um ofício
com pedido de providências ao superintendente regional do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Garcia. À
época, os parlamentares reclamaram da situação em que se encontrava o
município devido às grandes chuvas e aos consequentes atoleiros e
isolamentos de algumas regiões.
Passados mais de oito meses, a situação está prestes a se repetir,
conforme relatou à reportagem do Circuito Mato Grosso o vereador
Francisco Borges dos Santos, o ‘Chicão’ (PPS). “A situação aqui em
Colniza é precária e calamitosa. Temos estradas de responsabilidade do
Estado e também as que estão a cargo do Governo Federal. O problema é
que estamos esquecidos por todas as esferas”, reclamou o vereador.
Ele
alerta, ainda, que a população dos distritos de Guaíba e Três
Fronteiras, frequentemente afetados com os problemas de isolamento em
consequência das chuvas, vivem na iminência de sofrer com um novo
acontecimento desta natureza. “Toda ano é a mesma coisa, não sei se
falta maquinário, se falta vontade política, mas o que a gente observa é
que falta principalmente que as coisas sejam bem feitas para evitar que
uma nova chuva traga todos os problemas de volta”, argumenta o vereador
ao lembrar que muitas vezes os municípios são obrigados a decretar
estado de calamidade pública.