
O agrotóxico teria contaminado os alimentos produzidos pelos assentados e causado problemas de saúde aos mesmos, além dos prejuízos. "Chupei uma laranja e uma poncã. Assim que terminei, vomitei tudo. Passei mal e fiquei internada dois dias e uma noite”, relatou uma moradora ao G1. “O feijão de corda morreu tudo. Nós não colhemos uma vagem dessa safra”, disse outro.
Conforme o coordenador de meio ambiente do município, Valdeci dos Anjos Gonçalves, os assentados teriam relatado que o avião “abriu a válvula sobre o assentamento”.
Em razão da situação, o sindicato dos trabalhadores rurais da região denunciou o prejuízo causado. Conforme a secretária do sindicato dos trabalhadores rurais, Mariza Batista Santana, "O sindicato já encaminhou a denúncia para a Polícia Civil e aos órgãos do Estado para conseguir ajuda na busca por justiça. O sindicato está buscando quem nos ateste a qualidade dessa planta a partir de agora e como vai ficar a situação do produtor”.
Na ocasião em que a suposta contaminação ocorreu, o avião estaria efetuando pulverização numa área de pastagem da fazenda Macarena. Um gerente da fazenda, por sua vez, alegou que o serviço era terceirizado.
Caso a contaminação seja comprovada, os responsáveis podem responder por aplicação indevida de agrotóxicos. Será também investigado se houve crime contra o meio ambiente. Se tiver ocorrido, a multa pode variar de R$10 mil a R$100 mil.
Conforme instrução do MAPA (Instrução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a pulverização da aérea deve ser feita no mínimo a 500 metros de distância de áreas povoadas ou de mananciais de água. A fiscalização fica a cargo do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso