Mário Caldonazo escreveu livro onde questiona divergências históricas.
Para ele, a imagem de Tiradentes foi criada como jogada de marketing.
O resultado de 6 meses de estudo do advogado deu origem ao livro “A Defesa dos Inconfidentes: Justiça ainda que tardia a um digno advogado” que será publicado ainda este ano. Nele, o advogado apresenta as conclusões dos estudos, que o levam a crer nas divergências históricas. “Meu objetivo é fazer com que a verdadeira história seja conhecida, nem que seja aos poucos”, disse.
Tiradentes (Foto: Reprodução EPTV)
O advogado conta que fez as ‘descobertas’ enquanto lia sobre o trabalho do defensor público designado para defender os 29 acusados da Inconfidência Mineira. O advogado estudou os 10 volumes do processo original do movimento da Inconfidência Mineira. O processo durou de 1789 a 1791 e Tiradentes foi interrogado 11 vezes. Ele diz ainda que o advogado que atuou como defensor dos réus da inconfidência mineira, incluindo o Tiradentes, teve apenas 21 dias para ler todo o processo e elaborar os argumentos de defesa.
De acordo com os livros de história, Tiradentes teria sido enforcado por assumir a autoria da liderança do movimento, mas segundo os estudos do advogado, Tiradentes teria feito isso em um ato de heroísmo para não comprometer os colegas. “Em muitos textos aparecem informações divergentes sobre isso e sobre Tiradentes, e o fato dele ter sido condenado à morte mostra isso”, disse.
Outra divergência apresentada pelos livros é de que Joaquim José da Silva Xavier tivesse nascido em Tiradentes. Na verdade, o mártir nasceu na Fazenda do Pombal, no ano de 1746, em São João Del Rei. O fato foi reconhecido pela Justiça em 2009.
Para advogado, Tiradentes teria morrido com cabeça raspada com outros inconfidentes (Foto: Reprodução EPTV)
TiradentesO apelido de "Tiradentes" veio da profissão de dentista que ele exercera. No entanto, o ofício que mais o promoveu foi o de soldado, que o levou ao movimento da Inconfidência Mineira, que buscava a libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa no final do século XVIII.
Durante o movimento, notícias de que os inconfidentes tentariam derrubar o governo de Portugal chegaram aos ouvidos do imperador, que decretou a prisão deles. Tiradentes, para defender seus amigos, assumtiu toda a responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte. O governo fez questão de mostrar em praça pública o sofrimento de Tiradentes a fim de inibir a população de fazer manifestos contra a corte. Em 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado e esquartejado.