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2013/08/07

Acordo com governo não é para calar a boca, diz Rabello

Marianna Marimon, repórter do GD
Chico Ferreira/Arquivo
Deputado Walter Rabello articula criação de bloco independente na Assembleia Legislativa
O PSD, PSDB, PP e PTB estão em vias de criar um bloco de atuação independente na Assembleia Legislativa, tendo em vista que o PSD compõe a base governista e o PP, que recentemente anunciou independência com relação ao governo, o deputado estadual Walter Rabello (PSD), um dos fomentadores do bloco, adianta que o grupo não será de oposição. Para Rabello, o acordo entre o partido e o governo é para auxiliar na administração do Executivo, e não para “calar a boca do Legislativo”.
Rabello adianta que já iria anunciar a criação do bloco independente na sessão desta quarta-feira (7), o que não aconteceu, mas que o anúncio deve ser oficializado ainda nesta semana.
Os deputados que irão integrar o bloco são Guilherme Maluf (PSDB), Luiz Marinho (PTB), Antônio Azambuja e Ezequiel Fonseca, ambos PP, e os deputados do PSD, Walter Rabello, José Riva, Airton Português, e José Domingos Fraga. Outros deputados que podem vir a ingressar o grupo também são do PSD, como o suplente que está ocupando a vaga de deputado, Gilmar Fabris e Pedro Satélite.
O deputado ressalta que se a preocupação do governo com o bloco independente é pela aprovação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), como as que haviam sido propostas para investigar o Fundo de Habitação e Transportes (Fethab) e o episódio dos medicamentos vencidos, então a gestão não atua com seriedade.
“Em nenhum momento dissemos que seríamos da oposição. Queremos ter legitimidade para debater as propostas do governo, e votar com unidade, seguindo o entendimento dos demais parlamentares. Agora, se a preocupação do governo é com a criação de CPIs, então, eu é que me preocupo, pois, um governo sério não deve se preocupar com investigações. Quer dizer então que existe algo errado?”, questionou.
Sobre a crítica do deputado Zeca Viana (PDT), que é da oposição, de que os partidos deveriam entregar os cargos que possuem no governo para poderem assumir uma postura de independência, Rabello revela que o acordo entre partido e governo é que o PSD auxilie na administração Estadual, e que o acordo não é um “cala boca para os deputados, o que seria uma barganha desleal”, considerou.
“Eu não tenho sequer um cargo no governo, temos representantes do partido atuando nas pastas da Agricultura e da Cultura, além da Empaer, mas o acordo é para o PSD ajudar na governabilidade, agora a atuação no Legislativo não tem que ser favorável a todas as ações do governo”, disse.
Rabello explica que o bloco não debateu questão de CPI, mas que ele mesmo irá votar pela revogação do atual modelo de gestão da saúde pública, na Comissão Especial que analisa o projeto de lei de iniciativa popular que pede o fim das Organizações Sociais de Saúde (OSSs). “Se o próprio secretário de saúde, Mauri Rodrigues disse que não possui controle dos gastos com as OSSs, eu como relator da Comissão, votarei contra, porque isto é malversação do dinheiro público”, rebateu.
O deputado relata que a criação do bloco independente visa acabar com a visão de que os parlamentares da base governista devem seguir a orientação do governo. “Ninguém está 100% certo, queremos poder debater os projetos, e não aprová-los como o governo quer”, criticou.
Com a maioria da bancada na Assembleia que integra a base governista, os deputados já demonstram insatisfação com os rumos da gestão do governador Silval Barbosa (PMDB), sendo que as críticas se tornam mais pontuais com a aproximação do período eleitoral. Deputados reclamam da falta de diálogo e da não liberação das emendas parlamentares, além de falta de subsídios para o interior, onde ficam as bases eleitorais dos mesmos.

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