As primeiras famílias já foram despejadas e sem lugar para onde ir estão acampando na beira da rodovia
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, jogou as toalhas em relação à área Marãiwatsédé, Mato Grosso. Em reunião com a bancada desse Estado, nesta quinta-feira (13.02), ela afirmou que não mediu forças para impedir a operação de desintrusão (retirada), porém, não conseguiu interromper o processo que já estava em fase avançada.
“Empenhei pessoalmente esforços para tentar impedir a efetivação da decisão judicial. Infelizmente, contra liminar só mesmo outra liminar. A solução está na esfera judicial, e a discussão deve ocorrer no Judiciário”, lamentou a ministra.
O deputado federal Homero Pereira (PSD) lamentou essa notícia e acredita que falta interesse do governo federal em evitar o conflito na região.
“São claras e comprovadas as irregularidades existentes no processo judicial desde a sua origem. Mesmo assim, o Ministério Público preferiu ignorar todas as provas apresentadas pela defesa. E o governo federal se omitiu durante toda a fase de discussão”, disparou o parlamentar.
Homologada por decreto presidencial em 1998, a Terra Indígena Marãiwatsédé tem 165.241 hectares e abrange parte do território das cidades mato-grossenses de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, no nordeste do estado. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, aproximadamente as medidas de um campo de futebol oficial.
As primeiras famílias já foram despejadas e sem lugar para onde ir estão acampando na beira da rodovia.
“Um absurdo sem tamanho, pois todas possuem o título das propriedades, algumas assentadas pelo próprio governo há mais de 30 anos”, lamentou o parlamentar.
Participaram da reunião os deputados federais Valtenir Pereira (PSB), Wellington Fagundes (PR), os senadores Pedro Taques (PDT) e Cidinho (PR). Acompanham também as entidades Aprosoja Brasil e Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com os deputados Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Valdir Colatto (PMDB-SC), o vice-presidente senador Waldir Moka (PMDB-MS) entre outros.