
Só Notícias teve acesso à decisão, na qual a administração ainda lembrou os casos de cidades como Alta Floresta e Paranaíta, que decretaram situação de emergência devido ao aumento da população com a mão de obra da usina Teles Pires. A estrutura de saúde e educação, por exemplo, não são suficientes para atender a demanda, na iminência de um caos. “O requerido (empresa) não proporcionou a municipalidade até a presente data na forma do PBA, auxílio estrutural e financeiro para que o município receba tais trabalhadores, cujo impacto direito e indireto pode chegar à casa de mil pessoas”, destacou. A cidade tem cerca de quatro mil habitantes com orçamento mensal de aproximadamente R$ 1,2 milhão, sendo R$ 160 mil destinados somente à saúde por exemplo.
A prefeitura ainda destacou que a Fundação de Saúde funciona em um prédio que mal dá conta de atender a população atual, sendo que também não dispõe de leitos, enfermaria, CTI e/ou UTI e muito menos quadro clínico para atender um “eventual” surto de “febre amarela”, “dengue” e ou “malária”, doenças essas, cuja eventual ocorrência não é ignorada pela empresa, “pois consta como sendo responsabilidade do mesmo no Projeto Básico Ambiental, a prevenção, diagnóstico e tratamento, conforme item 8.23 do PBA – denominado de Programa de Vigilância Epidemiológica e Controle de Epidemias, porém, nada realizado até a presente data”.
Na ação o município também considerou a validade da Licença Ambiental de Instalação emitida para o empresa, que expirou em 20 de dezembro passado. Destacou ter sido protocolado da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) o pedido de renovação da licença no prazo de 120 dias antes da expiração, por isso, mesmo que não tenha pronunciando o órgão ambiental, a prorrogação se dá na forma tácita, não incidindo assim, a paralisação da obra.
A gestão alegou para ter direito a emissão da Licença de Instalação, a empresa protocolizou o Projeto Básico Ambiental, documento que representa a segunda etapa do licenciamento ambiental. trata-se do detalhamento dos programas ambientais necessários à mitigação e compensação dos impactos ambientais diagnosticados no estudo anteriormente realizado.
A justiça reconheceu que quando requereu a licença, a empresa firmou expressamente o compromisso no sentido de que o desenvolvimento das atividades relacionadas no projeto, contudo, destacou a existência do indícios de falhas. “[...]a inobservância das medidas necessárias e indispensáveis para assegurar o impacto causado pela derrubada da mata para formação do lago além da vinda de centenas de pessoas sem qualquer planejamento e ajustamento da infraestrutura podem acarretar prejuízos inestimáveis à população e ao meio ambiente local”.
A justiça destacou que “permitir o avanço das obrar sem a concretização das medidas já apontadas como necessárias, inclusive compromissadas pelo requerido no PBA, podem causar danos socioambientais irreversíveis”.
A potência instalada da usina será de 300 MW, com reservatório de 168,2 km2 de área total e 143,5 km2 de terrenos inundados. O comprimento do reservatório entre o barramento e o remanso será de 94 km. De acordo com os estudos a vida útil do reservatório será de 150 anos e a usina deverá operar em nível d`água normal de 268,50 m. Em um dos últimos balanços, divulgados no início do ano, empresa apontou que cerca de 50% das obras civis estavam prontas.
Fonte: Só
Notícias/Weverton Correa
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