Caso foi registrado na Maternidade Dona Evangelina Rosa, a maior do estado.
Diretor da unidade diz que bebês ficam em salas apenas de 10 a 15 minutos.
Um descaso com a saúde de recém-nascidos foi registrado nesta
quarta-feira (2) por uma funcionária da Maternidade Dona Evangelina
Rosa, a maior unidade neonatal pública do Piauí. A servidora fez imagens
que mostram bebês dividindo o mesmo leito. Uma das fotos mostra quatro
recém-nascidos dentro de um dos berços da sala RN. O espaço recebe os
recém-nascidos que aguardam transferência para enfermarias, UTI Neonatal
ou berçário.
Segundo ela, quando os bebês são transferidos para ficar com as mães, nas enfermarias, já chegam debilitados. "Isso acontece porque ao dividir o mesmo leito com outros recém-nascidos eles acabam adquirindo alguma doença", contou.
“Damos o nosso jeitinho, pois somos responsáveis por elas quando estão na maternidade, mas nos sentimos de mãos atadas. Ficamos tristes com esta situação de colocar três a quatro crianças no mesmo berço, mas na RN temos apenas cinco leitos. Esta sala seria somente para medir e pesar as crianças, no entanto acaba funcionando como uma mini UTI”, comentou.
O diretor da unidade de saúde, Francisco Martins, afirmou que a
situação não deveria existir, mas, segundo ele, por conta da
superlotação na maternidade a medida é necessária.
“A sala RN tem 10 leitos, mas nem deveria existir. Os bebês deveriam ser levados imediatamente para as enfermarias, no entanto, não há vagas e eles precisam aguardar a liberação de uma cama ou esperar a mãe retornar do centro cirúrgico. Estes casos acontecem quando a demanda é excessiva. Atualmente, a maternidade se encontra com 95% da sua capacidade preenchida. Estas crianças ficam na sala de RN apenas 10 ou 15 minutos aguardando a liberação da mãe e, dependendo do caso, alguns são encaminhados para a UTI”, argumentou.
Ao ver as imagens dos bebês dividindo o mesmo leito, o diretor relatou que os recém-nascidos das fotos são sadios e afirmou ser comum até duas crianças dividirem o mesmo leito. “Quando temos seis partos ao mesmo tempo, não há espaços para alojar todos estes bebês. A maternidade é moldada, sua estrutura é comprometida e não tem como aumentar o número de leitos”, justificou.
Para Francisco Martins, somente a construção de outra maternidade resolverá o problema da lotação. Ele contou que no ano passado solicitou ao Ministério Público, através da promotora Claudia Seabra, que as maternidades da rede municipal realizassem mais partos e somente os casos mais graves fossem encaminhados para a Evangelina Rosa.
“Atualmente, as maternidades das prefeituras fazem apenas 14 partos, mas se houvesse um aumento de 10 cirurgias (nas unidades da PMT), a Maternidade Evangelina Rosa deixaria de fazer 300 partos normais por mês. Ao todo realizamos em média o nascimento de mil crianças durante um mês. Infelizmente, apenas algumas maternidades municipais assumem este compromisso, mas em passos lentos”, destacou.
O diretor disse que cobrou do governador Wilson Martins, nesta quarta-feira (2), a construção da nova maternidade e que o gestor lhe garantiu que irá assinar em breve a ordem de serviço para a construção da unidade.
Durante a inauguração do novo Banco de Leite da Evangelina Rosa, em março do ano passado, Francisco Martins levou o governador para visitar o Centro de Parto Normal, onde cinco apartamentos atenderão a Rede Cegonha, mas não estão funcionando por falta de profissionais. “A abertura desta área também desafogaria a sala de RN”, completou.
Quatro bebês foram flagrados dividindo o mesmo
berço na Maternidade Dona Evangelina Rosa
(Foto: Arquivo Pessoal)
Segundo a profissional, que não quis ser identificada, a situação é
difícil. “Muitas crianças sadias são mantidas por até três dias no mesmo
berço com outras que têm patologias, correndo risco de infecção ou até
mesmo de morte. A sala RN fica superlotada de bebês sadios esperando
vaga no berçário, e aqueles com patologia aguardam ser levados para a
UTI, que tem apenas 20 vagas”, disse.berço na Maternidade Dona Evangelina Rosa
(Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem mostra três bebês no mesmo berço e
outros dois também juntos (Foto: Arquivo Pessoal)
A servidora contou que o problema na maternidade é antigo e lamenta não poder fazer nada.outros dois também juntos (Foto: Arquivo Pessoal)
Segundo ela, quando os bebês são transferidos para ficar com as mães, nas enfermarias, já chegam debilitados. "Isso acontece porque ao dividir o mesmo leito com outros recém-nascidos eles acabam adquirindo alguma doença", contou.
“Damos o nosso jeitinho, pois somos responsáveis por elas quando estão na maternidade, mas nos sentimos de mãos atadas. Ficamos tristes com esta situação de colocar três a quatro crianças no mesmo berço, mas na RN temos apenas cinco leitos. Esta sala seria somente para medir e pesar as crianças, no entanto acaba funcionando como uma mini UTI”, comentou.
- Essa mesma situação já havia sido mostrada pelo G1 em setembro do ano passado, quando uma médica postou fotos de dois bebês no mesmo leito em uma rede social.
“A sala RN tem 10 leitos, mas nem deveria existir. Os bebês deveriam ser levados imediatamente para as enfermarias, no entanto, não há vagas e eles precisam aguardar a liberação de uma cama ou esperar a mãe retornar do centro cirúrgico. Estes casos acontecem quando a demanda é excessiva. Atualmente, a maternidade se encontra com 95% da sua capacidade preenchida. Estas crianças ficam na sala de RN apenas 10 ou 15 minutos aguardando a liberação da mãe e, dependendo do caso, alguns são encaminhados para a UTI”, argumentou.
Ao ver as imagens dos bebês dividindo o mesmo leito, o diretor relatou que os recém-nascidos das fotos são sadios e afirmou ser comum até duas crianças dividirem o mesmo leito. “Quando temos seis partos ao mesmo tempo, não há espaços para alojar todos estes bebês. A maternidade é moldada, sua estrutura é comprometida e não tem como aumentar o número de leitos”, justificou.
Para Francisco Martins, somente a construção de outra maternidade resolverá o problema da lotação. Ele contou que no ano passado solicitou ao Ministério Público, através da promotora Claudia Seabra, que as maternidades da rede municipal realizassem mais partos e somente os casos mais graves fossem encaminhados para a Evangelina Rosa.
“Atualmente, as maternidades das prefeituras fazem apenas 14 partos, mas se houvesse um aumento de 10 cirurgias (nas unidades da PMT), a Maternidade Evangelina Rosa deixaria de fazer 300 partos normais por mês. Ao todo realizamos em média o nascimento de mil crianças durante um mês. Infelizmente, apenas algumas maternidades municipais assumem este compromisso, mas em passos lentos”, destacou.
O diretor disse que cobrou do governador Wilson Martins, nesta quarta-feira (2), a construção da nova maternidade e que o gestor lhe garantiu que irá assinar em breve a ordem de serviço para a construção da unidade.
Durante a inauguração do novo Banco de Leite da Evangelina Rosa, em março do ano passado, Francisco Martins levou o governador para visitar o Centro de Parto Normal, onde cinco apartamentos atenderão a Rede Cegonha, mas não estão funcionando por falta de profissionais. “A abertura desta área também desafogaria a sala de RN”, completou.