Natália Ferreira da Silva, 13 anos, morreu na tarde da ultima quarta feira, no Hospital Regional Albert Sabin, em Alta Floresta, onde estava internada desde a ultima sexta feira, depois de não suportar a espera por uma vaga de UTI no estado.
A luta pela vida...
Como de costume, a família da garota pediu apoio à um vereador para que a justiça obrigasse o estado a providenciar uma vaga. O ministério Público foi procurado e atendeu a família durante a madrugada, por se tratar de uma situação de urgência. O promotor encaminhou à segunda vara da Infância e Juventude, do Fórum da Comarca, um pedido de liminar para que o estado fosse obrigado à providenciar a vaga.
A decisão...
Eis que aí veio uma decisão inesperada e inédita, na história do município! O juiz Wendel Karielli Guedes Simplício, recém chegado no município, negou o pedido em sua decisão, contrariando as decisões judiciais anteriores, expedidas pela Justiça, por outros juízes, que sempre consideraram imprescindível, determinar a providência de uma vaga de UTI.
A decisão, que saiu na ultima terça feira, surpreendeu familiares, amigos e o vereador que denuncia a atitude do juiz, “não vou dizer que ela iria sobreviver, mas nós tínhamos tirado ela à tempo de tentar salvá-la” disse Bernardo Patrício, que enalteceu o atendimento do Hospital e do Ministério Público, que colaboraram para a luta da família, trabalhando até de madrugada.
Na decisão, o Juiz conclui que, a multiplicação de decisões judiciais, “tem o potencial de desconstruir todo o planejamento realizado pelo ente público e a implementação de sua política de saúde” escreveu Wendel Karielli Guedes Simplício, em sua decisão polêmica.
O magistrado também considerou na decisão que, o estado “tem melhores condições de gerir seus limitados recursos”.
O Outro lado...
Procurado pelo Clique Noticias, o juiz diz lamentar a morte da adolescente, mas que o fato não muda sua concepção no âmbito jurídico, já que não se pode admitir que poucos com conhecimento vivam, à base de luta judicial para garantir o que é um direito, enquanto a maioria morre à mingua, por desconhecer os trâmites por vias judiciais.
Amigos e familiares rebatem, dizendo que todos os casos semelhantes no município, as famílias já são orientadas pelo próprio hospital, à procurar a justiça e recebem apoio por parte de representantes políticos.
Há segundo informações, outro pedido semelhante, solicitado pela família de outra criança, que também foi negado pelo magistrado. O juiz, apesar de atender à nossa reportagem, não quis gravar entrevista.
Oliveira Dias/Da Redação