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2013/09/12

Líder do PSD sugere romper com Silval; Riva é contra

Rabello quer pressionar Governo; discurso não tem ressonância entre membros do partido

Secom/AL

O deputado Walter Rabello, que, pela segunda vez, tenta levar o PSD para fora da base do Governo
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O líder da bancada do PSD na Assembleia, deputado Walter Rabello (PSD), sugeriu que o partido rompa com o Governo Silval Barbosa (PMDB), em função do que classificou de "falta de avanços" na negociação com a categoria dos professores, que está em greve desde 12 de agosto.

No entanto, sua sugestão não encontrou ressonância em outros membros do partido, nem mesmo no principal líder da sigla, o deputado José Riva.

Rabello afirmou, na tribuna da Assembleia, na manhã desta quinta-feira (12), que o PSD não pode se abster no caso da greve

"Se o governo não negociar com os professores, de modo a resolver a questão da greve na Educação, o PSD não pode ficar inerte. Vamos ter que sair do Governo. Eu vou encaminhar ao partido para deixarmos o Governo, se não houver entendimento com relação a essa greve”, afirmou Rabello.
"Se o Governo não negociar com os professores, de modo a resolver a questão da greve na Educação, o PSD não pode ficar inerte. Vamos ter que sair do Governo"

O deputado José Domingos Fraga (PSD) cobrou que o secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes (PT), se posicione sobre a questão e apresente uma proposta capaz de encerrar a greve.

“Exigimos diálogo e coerência de ambas as partes e um interlocutor. E esse interlocutor não pode ser o secretário de Fazenda [Marcel de Cursi]; tem que ser alguém da área, que conhece os problemas da categoria. Exigimos solução emergencial para o encerramento dessa greve”, disse.

O presidente da Assembleia, Romoaldo Junior (PMDB), saiu em defesa do Governo e disse que Silval Barbosa sentou à mesa de negociação com os professores, mas que, no momento, é impossível atender às reivindicações da categoria.

Sem respaldo

Ao MidiaNews, Riva se disse contra a pressão proposta por Rabello. "Essa proposta de rompimento não é uma posição do PSD. O Governo precisa resolver essa situação da greve, que está insustentável. Ma,s não é com ameaças que vamos conseguir isso. Não podemos sair dizendo que vamos sair do Governo, se o Governo não fizer isso ou aquilo", declarou.

O deputado Zé Domingos também foi contra a sugestão do líder da bancada.  “Ruptura não é nosso desejo. Entendo a posição do deputado Walter, mas ele é um pouco enérgico, e rompimento não é o que buscamos”, disse.

O parlamentar criticou também o fato de o Governo ter entrado na Justiça para tornar a greve ilegal. O desembargador Marcos Machado entendeu que a greve era “abusiva” e ordenou que o Governo e o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) deem prosseguimento à negociação.

“Não dá para aceitar um Governo que entende que judicialização de greve é a solução. Claro que, se o governador e o secretário não resolverem o impasse com os professores, vamos procurar o Governo para cobrar uma solução. Mas, não vejo possibilidade de rompimento do partido com o Governo, porque entendo que o Governo está preocupado com a questão. Mas, tem que agir”, afirmou o parlamentar ao MidiaNews.

Essa não é a primeira vez que Walter Rabello propõe retirar o PSD da base aliada do governo Silval.

Em agosto passado, ele chegou a articular a formação de um "bloco independente", que contaria com pelo menos 10 deputados, e teria a liberdade para votar de forma divergente da vontade do Governo.

Porém, ele foi “enquadrado” por José Riva, e a discussão foi abandonada.

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