Indígena contradiz Funai dizendo que gleba Suiá Missú nunca foi território Xavante e parlamentares afirmam fazer movimento e Brasília
Em visita à Gleba Suiá Missú ontem (22), a Comissão Externa da Câmara dos Deputados, coordenada por Wellington Fagundes (PR), pode analisar a situação de conflito no local, onde cerca de sete mil pessoas se recusam a cumprir decisão judicial que determinou a desocupação da área Xavante.A visita da comitiva tem o objetivo de coletar dados e informações para elaborar um estudo sobre a realidade na região. Foi feito um reconhecimento da região por terra e ar, onde foi sobrevoando o assentamento de produtores rurais, localizado em Alto Boa Vista e São Felix do Araguaia, bem como os antigos cemitérios Xavantes e o Parque Estadual do Araguaia.
Estiveram presentes prefeitos das cidades do Norte Araguaia, produtores rurais, o Presidente da Famato, Rui Farias, o Secretário Chefe da Casa Civil do Estado de Mato Grosso representando o governador José Lacerda e Deputados Federal e Estadual.
As autoridades não pouparam críticas à Funai. Uma delas foi o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que conforme o Agência da Notícia, prometeu esfregar na cara da FUNAI o depoimento dos índios que garantem que a Suiá- Missú não é terra da etnia Xavante.“É o depoimento dos índios que nós ouvimos aqui que vamos esfregar na cara da Presidente da FUNAI, eles, os caciques são as provas vivas de que aqui nunca foi terra de índio xavante, aqui não tem índio, não tem branco, aqui tem brasileiros”, disse ele.
Leitão destacou ainda que ele faz parte de uma comissão que investiga a forma como a Funai vem agindo com a demarcação das terras indígenas, com a possível intenção de explorar as riquezas minerais desses territórios, sendo que Ong’s internacionais poderiam estar financiando tais explorações.
Respaldando o discurso do deputado, o Cacique Rufino, um dos fundadores da Aldeia Marawatsedé afirma que “Essa área não é dos Xavantes, aqui é uma área que não tem rio para pescar, não tem mata para caçar, os índios vão passar fome neste local, aqui nunca morou Xavante, o Xavante vem do cerrado e não da mata”.
Divergências entre os indígenas
O indígena Dilmar, que é filho do cacique Rufino e sobrinho do Cacique Damião afirmou que defende a permanência das famílias “Tudo isso que a Funai e o Damião estão dizendo é mentira, e nós temos que lutar pela verdade, e ser for pela verdade eu sou guerreiro e vou guerrear contra os índios do Grupo do Damião, porque temos que dar direito a quem tem direito e por direito essa área pertence aos produtores que aqui moram há mais de 20 anos”.
“Nós vamos fechar Brasília”
“Nós encheremos os ônibus e partiremos para a Capital Federal, vamos fechar Brasília, mas não podemos deixar que esse absurdo aconteça”, garantiu o deputado federal Wellington Fagundes, finalizando a audiência.
A desocupação está marcada para ocorrer no próximo dia 06. Na semana que vem se realiza uma Audiência com o STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília com a participação de autoridades que estiveram fazendo a visita “in loco” na área da Suiá Missu.
Da Redação
Foto: Assessoria
