Indígenas dizem que cobrança faz parte de 'comemoração' ao Dia do
Índio.
Funai alega que objetivo inicial da manifestação foi
deturpado.
Imagens mostram índios xavantes que cobraram pedágio de motoristas que passavam
pela BR-070, nesta sexta-feira (19). A cobrança, que variava de R$ 5 até R$ 50,
foi feita em trechos das cidades de Barra do Garças e Primavera do Leste, a 516
km e 239 km de Cuiabá.De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os índios Xavantes, da aldeia Sangradouro, alegaram que a interdição ocorreu em protesto e comemoração ao Dia do Índio, celebrado nesta sexta. No entanto, os motoristas que passavam pelo local disseram que tiveram que pagar o pedágio várias vezes.
''O problema não é pagar só pra um. Disseram que tem mais de 14 pedágios'', relatou o caminhoneiro Evandro Santana. Outros motoristas preferiram parar a viagem e esperar que os agentes da PRF fossem até a região para conversar com os indígenas. A rodovia só foi liberada após a polícia fazer um comboio para ajudar os motoristas.
Em um trecho da reportagem, o indígena explica a cobrança dizendo que o valor estava sendo cobrado porque os índios eram 'esquecidos' e que 'o dia era deles'. Os valores começavam entre R$ 5, outros cobraram R$20 e chegavam em até R$ 50. Em outros trechos os indígenas colocavam crianças da aldeia para fazer o pedágio.
''Aquela situação cobrança já ocorreu durante todo o dia, as equipes
estiveram no local para tentar contornar a situação e procurar um diálogo com os
indígenas", explicou o agente da PRF, José Hélio. O caso é investigado pela
Polícia Federal.
A Fundação Nacional do Índio de Mato Grosso (Funai-MT) declarou que o objetivo inicial da manifestação era angariar fundos para o Dia Nacional do Índio, porém, a instituição argumentou que o sentido do movimento foi deturpado e tomou grandes proporções. A Funai também revelou não ser a favor de obrigar os motoristas a pagarem para prosseguir o trajeto.
A Fundação Nacional do Índio de Mato Grosso (Funai-MT) declarou que o objetivo inicial da manifestação era angariar fundos para o Dia Nacional do Índio, porém, a instituição argumentou que o sentido do movimento foi deturpado e tomou grandes proporções. A Funai também revelou não ser a favor de obrigar os motoristas a pagarem para prosseguir o trajeto.