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2013/03/28

Jornalista diz temer represálias por parte de senador

O jornalista José Marcondes, conhecido como “Muvuca”, realizou, nesta quarta-feira (27), na Praça Alencastro, no Centro de Cuiabá, um “ato público de desagravo” para, segundo ele, se precaver de possíveis retaliações que venha a sofrer por parte do senador Pedro Taques (PDT).

A iniciativa é reflexo de uma ação movida pelo parlamentar contra o jornalista.

“Quero provar que não pretendo ver o senador morto e não desejo que ele morra tão cedo. Muito pelo contrário, quero que ele viva bastante. Não tenho intenção de agredi-lo fisicamente. Minha luta é política. Quero mostrar quem ele é: uma pessoa que humilha seus adversários”, afirmou o jornalista.
"Quero provar que não pretendo ver o senador morto e não desejo que ele morra tão cedo. Muito pelo contrário, quero que ele viva bastante. Não tenho intenção de agredi-lo fisicamente. Minha luta é política. Quero mostrar quem ele é: uma pessoa que humilha seus adversários"

Na semana passada, o juiz federal Paulo César Alves Sodré, da 7ª Vara de Mato Grosso, determinou que o jornalista mantenha uma distância de, no mínimo, 200 metros do senador e não frequente os mesmos lugares públicos que o parlamentar.

Muvuca também deverá fazer um laudo psiquiátrico para comprovar sua sanidade mental. Leia mais AQUI.

O Ministério Público Federal, segundo apurou a reportagem, pediu ainda a prisão preventiva ou a internação compulsória, porém os dois itens não foram acatados.

Hoje, na Praça Alencastro, Muvuca afirmou que pessoas ligadas ao senador estariam rondando a sua casa, de sua namorada e de sua mãe. Pelo mesmo motivo, o jornalista não teria dormido onde mora.

“Um dia durmo na casa de um amigo; no outro, na casa da minha mãe, da minha namorada... Faz pelo menos 30 dias que não fico na minha casa. A Polícia Federal chegou a invadir minha residência e procurar provas contra mim, coisa que não encontraram”, disse Muvuca.

O jornalista também informou que entrará com duas representações, uma no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra procuradores e promotores, que supostamente financiaram a campanha de Taques ao Senado em 2010, e outra, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), contra o procurador que pediu a sua prisão e internação.

“O procurador não teria motivos suficientes para pedir minha prisão, já que a Polícia Federal não encontrou nada na minha casa. Além disso, o pedido também vai contra as leis manicomiais do Brasil”, disse.

Trabalho escravo

José Marcondes também denunciou um suposto envolvimento do senador Pedro Taques com a empresa JBS/Friboi e o grupo Bom Futuro.

Ambos foram doadores da campanha do parlamentar em 2010 e, de acordo com Muvuca, já estiveram envolvidos na "lista suja" do trabalho escravo no país.

Entre os doadores ligados à Bom Futuro estão Elusmar Maggi Scheffer, Fernando Maggi Scheffer, Eraí Maggi Scheffer e Rinaldo Ribeiro de Almeida. Os três primeiros são parentes do senador Blairo Maggi (PR).
Pedro Taques precisa ser desmascarado. Uma pessoa que tem o dinheiro de campanha pago por quem está na lista suja do trabalho escravo compactua com esse tipo de crime. O país precisa conhecer esse homem”, afirmou.

De acordo com documentos que apresentou, o grupo Bom Futuro doou R$ 30 mil e a JBS/Friboi R$ 100 mil à campanha de Pedro Taques

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