Mulher não acredita em laudo, que descartou possibilidade de penetração.
Suspeito é padrasto da criança e está preso desde o dia 12 de março.
boletim de ocorrência registrado pela mãe
(Foto: Dyepeson Martins/G1)
No dia 8 de março, a adolescente levou o filho ao hospital. Os médicos suspeitaram de estupro, alertaram a mãe e ela garantiu que iria delatar o companheiro. A denúncia contra o suspeito foi registrada no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), no bairro Pacoval, Zona Leste de Macapá, em 10 de março, quando a mãe teve a oportunidade de fugir da casa onde morava com o companheiro e o filho, no bairro Perpétuo Socorro, também na Zona Leste.
A Polícia Civil afirmou ter iniciado as buscas pelo suspeito no próprio dia 10. O homem foi preso no dia 12 de março, cinco dias após o suposto crime. Na delegacia, o padrasto disse que estava "possuído pela bebida" naquela noite. "Eu fui possuído pela bebida, não sei o que aconteceu", declarou.
A criança continua internada no Pronto Atendimento Infantil (PAI) de Macapá.
disse que lesões no ânus poderiam ser de estupro
ou diarreia crônica do bebê (Foto: John Pacheco/G1)
Segundo a delegada Elza Nogueira, titular do Departamento de Polícia Especializada (DPE), que deu apoio na investigação do caso, José Nilson se escondeu antes de ser preso. "Quando ficamos sabendo que populares tentavam linchá-lo, também soubemos da localização dele. Então foi efetuada a prisão", disse.
de enteado no Amapá (Foto: Dyepeson Martins/G1)
Mesmo antes da divulgação do laudo oficial da Politec, o diretor do órgão, Odair Monteiro, havia dito que as marcas encontradas no menino – como inchaço no corpo e lesões no ânus e no abdômen – poderiam caracterizar estupro, mas também poderiam ter ocorrido em função de uma diarreia crônica que o garoto apresentava ao dar entrada no hospital.
"As lesões encontradas no corpo da criança são compatíveis com o avanço de uma diarreia crônica. Mas se ocorreu qualquer ato libidinoso contra o menor será considerado estupro. Se ele [o suspeito] confessou o crime, cabe à Polícia Civil continuar a investigação", afirmou Monteiro.
O delegado Daniel Mascarenhas, da Delegacia de Repressão aos Crimes Praticados contra a Criança e o Adolescente (Dercca), lembrou que a nova redação da lei de crime de estupro, alterada em 2009, prevê que a "prática de atos libidinosos e abuso de vulnerável" seja classificada como estupro, resultando em pena de 12 a 15 anos de prisão.
De acordo com a delegada Elza Nogueira, a mãe do menino também poderá ser ouvida sobre os maus-tratos causados à criança. "Jamais faria isso, ele é meu neném", declarou a mãe.