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2013/12/06

Para tentar salvar bebê, família de MT vende rifa para cirurgia de R$ 30 mil

Um dos gêmeos corre risco de morrer se não passar por cirurgia.
Tia de bebês decidiu rifar uma câmera fotográfica para arrecadar dinheiro.

Ultrasson de gêmeos e um deles deve passar por cirurgia (Foto: Reprodução)Ultrassom da grávida mostra os gêmeos que ela está gerando. Doença foi identificada em um dos fetos (Foto: Reprodução)
Uma família que mora em Sinop, a 420 km de Cuiabá, está vendendo uma rifa para tentar arrecadar R$ 30 mil para a cirurgia de um bebê que está prestes a nascer. Débora Fernanda da Silva está grávida de 36 semanas de um casal de gêmeos: Olívia e Murilo. Dos dois fetos, um deles possui uma doença chamada hérnia diafragmática congênita e deveria passar por cirurgia até a 28ª semana de gestação. No entanto, a mãe só descobriu a doença depois deste período e agora será necessário esperar o nascimento, que pode acontecer a qualquer momento, já que a gestação completou 36 semanas. O outro bebê não corre risco.
A tia da criança, Leda Maria Barbosa da Silva, decidiu organizar a rifa para custear a cirurgia do bebê. Ela explicou que o plano de saúde não cobre a realização do procedimento cirúrgico. Segundo ela, a doença faz com que os outros órgãos fiquem junto ao pulmão. Essa proximidade impediria o desenvolvimento do pulmão do bebê. Por isso, ao nascer, Olívia precisa passar por uma cirurgia para a instalação de um balão no pulmão para que ele se desenvolva e ainda para que os demais órgãos voltem aos devidos lugares.
Segundo o presidente da Associação de Cirurgiões Pediátricos de Mato Grosso, Augusto Aurélio de Carvalho, a hérnia diafragmática congênita é uma patologia extremamente grave que requer correção cirúrgica fetal ou logo após o parto devido ao alto risco de morte.
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Solidariedade
Até agora, a professora disse ter arrecadado R$ 3,5 mil. A rifa de uma câmera fotográfica está sendo vendida a R$ 10 cada cupom. "Meus alunos pegaram alguns blocos e estão me ajudando a vender. Me emociono com a solidariedade deles a cada hora que falo sobre isso", disse Leda. A irmã dela mora em Mogi das Cruzes (SP) e trabalha como assistente social naquele município. "Nos falamos todos os dias, ainda mais agora por causa dos bebês", afirmou. A irmã já está internada.
Essa é a primeira gestação de Débora Fernanda e, até descobrir o problema, a gravidez seguia tranquilamente. A tia disse ter esperança de conseguir a quantia em dinheiro necessária para a realização da cirurgia e, com isso, aumentar as chances de o bebê sobreviver.
A má-formação entre tórax e abdômen provoca dificuldades de respiração no recém-nascido. O médico Augusto de Carvalho explica que o bebê precisa imediatamente passar por um período de estabilização, geralmente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para se preparar para uma cirurgia ainda com poucos dias de vida. Nem sempre a criança consegue uma melhora clínica significativa, entretanto, e a taxa de mortalidade nesses casos é alta. Segundo Carvalho, a incidência da doença é de um caso a cada 10 mil nascimentos.

Pollyana Araújo Do G1 MT

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