Um dos gêmeos corre risco de morrer se não passar por cirurgia.
Tia de bebês decidiu rifar uma câmera fotográfica para arrecadar dinheiro.
Ultrassom da grávida mostra os gêmeos que ela está gerando. Doença foi identificada em um dos fetos (Foto: Reprodução)
Uma família que mora em Sinop, a 420 km de Cuiabá, está vendendo uma
rifa para tentar arrecadar R$ 30 mil para a cirurgia de um bebê que está
prestes a nascer. Débora Fernanda da Silva está grávida de 36 semanas
de um casal de gêmeos: Olívia e Murilo. Dos dois fetos, um deles possui
uma doença chamada hérnia diafragmática congênita e deveria passar por
cirurgia até a 28ª semana de gestação. No entanto, a mãe só descobriu a
doença depois deste período e agora será necessário esperar o
nascimento, que pode acontecer a qualquer momento, já que a gestação
completou 36 semanas. O outro bebê não corre risco.A tia da criança, Leda Maria Barbosa da Silva, decidiu organizar a rifa para custear a cirurgia do bebê. Ela explicou que o plano de saúde não cobre a realização do procedimento cirúrgico. Segundo ela, a doença faz com que os outros órgãos fiquem junto ao pulmão. Essa proximidade impediria o desenvolvimento do pulmão do bebê. Por isso, ao nascer, Olívia precisa passar por uma cirurgia para a instalação de um balão no pulmão para que ele se desenvolva e ainda para que os demais órgãos voltem aos devidos lugares.
Segundo o presidente da Associação de Cirurgiões Pediátricos de Mato Grosso, Augusto Aurélio de Carvalho, a hérnia diafragmática congênita é uma patologia extremamente grave que requer correção cirúrgica fetal ou logo após o parto devido ao alto risco de morte.
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SolidariedadeAté agora, a professora disse ter arrecadado R$ 3,5 mil. A rifa de uma câmera fotográfica está sendo vendida a R$ 10 cada cupom. "Meus alunos pegaram alguns blocos e estão me ajudando a vender. Me emociono com a solidariedade deles a cada hora que falo sobre isso", disse Leda. A irmã dela mora em Mogi das Cruzes (SP) e trabalha como assistente social naquele município. "Nos falamos todos os dias, ainda mais agora por causa dos bebês", afirmou. A irmã já está internada.
Essa é a primeira gestação de Débora Fernanda e, até descobrir o problema, a gravidez seguia tranquilamente. A tia disse ter esperança de conseguir a quantia em dinheiro necessária para a realização da cirurgia e, com isso, aumentar as chances de o bebê sobreviver.
A má-formação entre tórax e abdômen provoca dificuldades de respiração no recém-nascido. O médico Augusto de Carvalho explica que o bebê precisa imediatamente passar por um período de estabilização, geralmente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para se preparar para uma cirurgia ainda com poucos dias de vida. Nem sempre a criança consegue uma melhora clínica significativa, entretanto, e a taxa de mortalidade nesses casos é alta. Segundo Carvalho, a incidência da doença é de um caso a cada 10 mil nascimentos.