Um bebê de aproximadamente 39 semanas morreu ainda na barriga da mãe em Alta Floresta. A descoberta de Ângela Soares dos Santos, de 22 anos, foi na segunda-feira,24 de março quando chegou ao Hospital Regional para mais uma avaliação, atendendo a mais uma agenda, segundo a família, da unidade de saúde.
Francisco Ronaldo Feitosa, de 44 anos é o pai da criança. Segundo ele, fizeram todo o pré-natal certinho e não havia nada de errado com a criança que seria seu primeiro filho homem. “A gente fez conforme os médicos orientaram. No pré-natal foi dito até que a partir do mês de março qualquer dia era momento dele nascer”, conta o pai que chamaria o filho de João Gabriel. “Eu queria muito e minha mulher também. Tenho uma filha de 11 anos do primeiro casamento e sou padrasto das duas filhas dela, que tem 6 e 4 anos. Agora seria nosso primeiro menino e esperávamos demais esse momento”, conta.
Mas o sonho de ser pai de um garoto começou a virar pesadelo segundo Francisco a partir das primeiras idas ao hospital para o parto. O casal deu entrada pela primeira vez no dia 12 de março, depois no dia 13 e dia 17 quando marcaram outra avaliação para segunda-feira última, 24 de março. “A gente vinha para ela ganhar nenê, mas davam buscopan (medicamento para aliviar dor) e mandavam embora. Dia 17 foi a última vez. Mas só deram o remédio de novo e mandaram pra casa. A gente foi, pois quem vai questionar a palavra do médico?”, explica Francisco Ronaldo.
Mas segunda-feira, quando Ângela e Francisco chegaram para nova avaliação, a notícia da tragédia. A criança não se movimentava mais. De acordo com uma nota assinada pela diretora técnica do Hospital Regional, Nadya Correa, a própria mãe relatou não estar “sentindo movimentação fetal há 5 dias”. “Foram solicitados exames e ultra-sonografia, e nestes foi constatado o óbito fetal”, disse a médica.
No documento a médica ainda assegurou que nas avaliações anteriores, “a paciente foi liberada em quadro estável e feto correspondendo ao esperado. Foi orientada, como de praxe, que retornasse com 39 semanas exatas ou se houvesse algum indício de complicação (alterações de pressão arterial ou glicemia, diminuição ou ausência dos movimentos fetais, perda de liquido ou outros fluídos por via vaginal, dentre outros)”.
A família que tinha feito toda uma preparação para receber João Gabriel, se encontra em estado de choque. A cirurgia foi feita na terça-feira à tarde. O bebê segundo informações, foi sepultado praticamente em seguida. “Disseram que deixariam a gente velar, mas nem isso. Falaram depois que não dava mais. Quando abrimos o caixão no cemitério, nem roupinha ele usava. Nem permitiram isso à família. A mãe nem viu o filho”, contou uma vizinha muito revoltada.
Ângela se encontrava ainda nesta quarta-feira internada, emocionalmente abalada, necessitando de acompanhamento psicológico e de uma assistente social. Francisco aguardava a liberação da esposa, sem saber como proceder. “Resta agora se agarrar às palavras de Deus e esperar que Justiça seja feita. A gente espera tanto um filho e quando acabar, o menino morre assim, sem explicação”, finalizou o pai.
Fonte: Arão Leite/ JCidade
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