O
Ministério Público Federal (MPF) no Espírito Santo denunciou cinco
pessoas à Justiça pelo tráfico de 445 quilos de cocaína apreendidos em
um helicóptero da Limeira Agropecuária e Participações Ltda, em empresa
criada pelo senador Zezé Perrella (PDT-MG) que tem atualmente como um
dos sócios o filho dele, Gustavo Perrella. Os parlamentares não foram
denunciados.
O
MPF determinou o desmembramento do inquérito e seu envio para o
Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) devido ao foro
privilegiado de Gustavo, que é deputado estadual em Minas Gerais pelo
Solidariedade. O Ministério Público ressaltou que a remessa do caso para
a segunda instância da Justiça Federal "não implica uma opinião
negativa sobre a participação do parlamentar nos fatos".
"A
decisão apenas reconhece que não cabe a um membro do MPF que atua
perante órgãos de primeira instância analisar a questão", afirma texto
divulgado pela Procuradoria da República. Durante o inquérito, o
deputado, sua irmã Carolina Perrella e um primo deles, André de Oliveira
Costa, sócios da Limeira, prestaram depoimentos à Polícia Federal por
meio de carta precatória na condição de testemunhas.
Parte
da denúncia corre sob sigilo e o MPF não informou se Gustavo poderá
responder, por exemplo, por autorizar o piloto Rogério Almeida Antunes,
funcionário da Limeira, a fazer "frete de passageiro", apesar de a
aeronave apreendida não ter autorização da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) para este tipo de atividade. A mensagem do parlamentar,
encontrada no telefone celular de Rogério, foi uma das justificativas
usadas pela Polícia Federal para declarar, um dia depois da apreensão da
cocaína, que o deputado mineiro não tinha relação com a droga.
Além
do piloto, foram denunciados à Justiça o copiloto Alexandre José de
Oliveira Júnior, os responsáveis por descarregar o helicóptero Robson
Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza, e Elio Rodrigues, e o dono de
uma propriedade que servia de base para a organização. Foi no sítio de
Elio no município de Afonso Cláudio que ocorreu a apreensão da aeronave
em 24 de novembro do ano passado. Ele comprou a propriedade, avaliada em
R$ 100 mil, por R$ 500 mil, pagos em dinheiro vivo.
A
apreensão do helicóptero com a droga e a repercussão em torno do caso
levou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais a alterar as normas
relativas às verbas indenizatórias. Isso porque Gustavo e Zezé Perrella
usaram este tipo de recurso do Legislativo estadual e do Senado,
respectivamente, para abastecer a aeronave. Os parlamentares mineiros
não podem mais usar essa verba para abastecer aeronaves particulares,
expediente ainda permitido no Senado.
A
prisão de Rogério Antunes - que alegou que trabalhava para o senador
Zezé Perrella para tentar evitar a apreensão no momento da abordagem da
polícia - ainda levou a Assembleia mineira a demitir o piloto. Desde
abril do ano passada ele recebia R$ 1,7 mil como funcionário da terceira
secretaria da Mesa diretora da Casa, para a qual foi indicado poro
Gustavo Perrella. Ninguém na Assembleia soube dizer o tipo de serviço
que ele prestava nem se aparecia no local.
Fonte: MSN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.