2013/11/14

Prefeito e vereador são sabatinados por comunidade que não quer fechamento de escola municipal

Populares lotam Câmara revoltados com projeto e tentam ‘salvar’ escola

Em audiência pública realizada na noite de ontem (13) na Câmara Municipal de Vera, o prefeito NilsoVígolo (PROS) foi ‘encurralado’ por populares que não querem a desativação da escola municipal São Judas Tadeu, conforme proposto pela administração. O fechamento implicaria no remanejamento de cerca de 300 alunos para outras duas unidades de ensino.

A audiência foi conduzida pela promotora de Justiça substituta Laís Rezende, e realizada após o Ministério Público ter sido acionado e questionado sobre a legalidade do ato que o município pretende realizar.

Durante os trabalhos, Vígolo e o presidente da casa, vereador Vilmar Scherer (PDT), que é favorável a desativação da unidade, foram vaiados e criticados em várias ocasiões pelos presentes, que lotaram o plenário da Câmara. Dezenas de alunos da escola também estiveram Câmara empunhado cartazes de protesto.

Os aplausos foram direcionados à diretora da escola, Maria Telma, que fez um apelo às autoridades para que não haja o fechamento. “No nosso entendimento não há necessidade de fechamento da unidade. Apelo para que olhem com carinho para todas as pessoas que serão afetadas e que juntos possamos encontrar uma outra alternativa”.

Conforme a proposta do município, os alunos da escola São Judas Tadeu seriam remanejados para as escolas Nilza de Oliveira Pipino e Aluízio Jacob Weber, devido à unidade ser desativada por tempo indeterminado. Consta que o novo projeto político pedagógico apresentado prevê que os alunos sejam divididos em dois ciclos. No primeiro ficariam os de primeira à terceira séries e no segundo, de quarta à sexta.

Segundo explicou Scherer, entre os benefícios está o fato de alunos da mesma faixa etária conviverem separadamente aos de outras idades, o que evitaria problemas como bullyng, por exemplo. Ainda segundo ele, “o prefeito tem que ter firmeza, atitude”, referindo-se ao fato de o projeto do Executivo desagradar a grande maioria da população. “Vera precisa de atitude em muitas outras coisas onde houve falta de planejamento e um exemplo é a sede da prefeitura porque quem chega na cidade e olha o prédio não sabe se é cara ou bunda”, complementou.

O prefeito garantiu que “Nenhum aluno será prejudicado e os projetos em andamento serão concluídos”e que não haverá superlotação nas salas, que deverão ter entre 24 e 26 alunos.

Sobre os argumentos da direção da escola São Judas e de pais de alunos a respeito de não terem sido comunicados dos andamentos do processo de desativação, Vígolo disse que o assunto já havia sido previamente tratado com os vereadores. Destes, quatro estiveram presentes e se manifestaram contra a desativação, sendo eles Samuel Raimundo, Geraldo Júnior Camilo (Juninho), Marcelo do Correio e Cristiano Nicoli.

“Nesse país não se fecham escolas senhor prefeito, neste país se abrem escolas”, destacou o vereador Samuel, arrancando aplausos da população e aumentando ainda mais o desconforto de Vígolo, que era evidente desde o início da audiência.

O prefeito e a secretaria interina de Educação Fabiana Lima Dias explicaram ainda que o processo de desativação da escola havia sido iniciado na gestão anterior. Segundo eles, já está em análise pelo governo federal a implantação de uma nova escola através do PAR (Planos de Ações Articuladas), a qual ficaria localizada nas proximidades da São Judas Tadeu e consequentemente beneficiaria a população daquela região. A nova unidade contaria com 12 modernas salas de aula.

Conforme o que foi apresentado, “A ilegalidade não ficou demonstrada porque nenhuma criança ficará fora da sala de aula” explicou a promotora. Ela complementou que “Ainda não tive acesso aos documentos por parte da prefeitura, por que com as reclamações da equipe gestora da escola já foi instaurado o inquérito civil e de imediato já marcada a audiência pública. Agora é que terei acesso à documentação”.

Ainda durante a audiência, foi realizada uma votação entre os presentes a respeito de serem favoráveis ou não a desativação da unidade. Os dados serão anexados ao inquérito civil. “A relevância é verificar a relação direta da sociedade com essa política pública. Ela é uma amostragem, mas não poderá intervir numa política pública, desde que não tenha havido nenhuma ilegalidade”, explicou ela ao Nortão Notícias.

Ao final dos trabalhos, a promotora solicitou a prefeitura de Vera que encaminhe cópias do projeto em questão e da pesquisa realizada apontando ser conveniente a desativação da referida escola, para que os dados apresentados possam ser apurados.

Da Redação

Promotora de Justiça substituta Laís Rezende

Vereador Samuel Raimundo

Vereador Cristiano Nicoli

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.

Featured post