2013/11/05

amília busca cirurgia para bebê que engasga e desmaia ao chorar em MT

Pais dizem ter medo de filho de 5 meses desmaiar e não voltar mais.
Justiça determinou que estado realize cirurgia, mas decisão foi descumprida.


Rian Petherson Carlos da Silva tem cinco meses (Foto: Pollyana Araújo/ G1)Rian Petherson Carlos da Silva tem cinco meses
(Foto: Pollyana Araújo/ G1)
Desde que nasceu, Rian Petherson Carlos Silva, de cinco meses, aguarda por uma cirurgia no queixo. Praticamente todos os dias ele desmaia após se engasgar com a saliva durante o choro, como conta os pais, Sandro Carlos da Silva e Nayara Ingrid da Silva. O bebê possui a síndrome de Pierre Robin, quando a mandíbula cresce lentamente durante o período gestacional e continua a se desenvolver devagar após o nascimento.

A família já conseguiu na Justiça uma liminar que obriga o estado a realizar a cirurgia em Rian no prazo de 24 horas, a contar do dia 15 do mês passado, porém, a decisão da 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública da Comarca de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, onde eles moram, foi descumprida. Nessa decisão, o juiz Alexandre Elias Filho, determinou que fosse fornecido ao paciente o aparelho utilizado para o alongamento de maxilar, além de uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em uma unidade da rede pública ou particular de saúde.
Ao G1 a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou já ter sido notificada da decisão e disse que está adotando providências para que a cirurgia seja realizada o mais breve possível.
Sandro e Nayara dizem ter medo do filho desmaiar e não voltar mais (Foto: Pollyana Araújo/ G1) "O caso é de extrema urgência. Os documentos comprovam a patologia da autora e a indicação clínica para o fornecimento do aparelho pleiteado e a sua internação em leito de UTI, bem como menciona que há urgência", disse o magistrado, numa referência ao laudo médico, o qual destaca a gravidade do caso do paciente, que corre risco, inclusive, de "ter uma crise e não voltar mais", segundo o pai de Rian. "Às vezes ele se assusta com a própria crise e tem nova crise, em seguida", relatou Sandro.
Sandro e Nayara dizem ter medo do filho desmaiar e não
voltar mais (Foto: Pollyana Araújo/ G1)
A cirurgia podia ser feita desde que o bebê tinha dois dias. "O médico que o atendeu durante os dois meses em que ele ficou internado viu as crises que ele tinha e disse que era preciso fazer a cirurgia com urgência, porque, segundo ele, poderia acontecer de desmaiar e não voltar mais. Ele nos orientou a recorrer a Justiça para conseguir o aparelho para o alongamento da mandíbula", explicou. Desse modo, a família ingressou com a ação e a Justiça determinou o fornecimento do aparelho distrator ósseo de mandíbula, indispensável para a realização da cirurgia de alongamento de mandíbula. "O médico falou que se conseguíssemos o aparelho ele faria a cirurgia de graça e esse aparelho custa R$ 80 mil mais ou menos", disse Sandro.
A maior preocupação dos pais é porque com o passar dos meses as crises são mais demoradas. Além do risco à vida do bebê, essas crises impedem que ele ganhe peso e cresça normalmente. "Ele está com peso e tamanho abaixo da média para a idade dele", comentou a mãe de Rian, ao mostrar o cartão de pediatria, cujo gráfico mostra que ele está duas linhas abaixo do nível considerado normal levando em consideração a idade dele.
Depois de dois meses se alimentando por meio de uma sonda, hoje Rian toma um leite que custa aproximadamente R$ 35 e dura somente cinco dias. A despesa está além do que a família poderia gastar, já que somente Sandro trabalha. "Trabalho em uma cerâmica e faço uns 'bicos' para não deixar que falte leite para ele", contou.
Além do rosto, Rian possui má formação nos pés. Porém, a cirurgia de correção já está agendada para o mês de fevereiro do ano que vem. Essa deficiência, no entanto, não é o que mais preocupa os pais, já que, por enquanto, não traz limitações ao bebê, como o caso do queixo.

Pollyana Araújo Do G1 MT

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