Pais de siameses de MT não têm condições de custear pré-operatório

Pai de gêmeos ganha R$ 700 por mês como frentista de posto de combustível. Crianças vão passar por exames e cirurgia deve ser feita em setembro

Os pais dos gêmeos siameses de Primavera do Leste, 239 quilômetros de Cuiabá, alegam não ter condições financeiras para custear despesas durante o período pré-operatório dos filhos, em São Paulo, onde deverá ser feita cirurgia de separação. O pai de Cristopher Henrique e Nicolas Samuel trabalha como frentista em um posto de combustível da cidade e a mãe não pode trabalhar para cuidar das crianças, que hoje estão com oito meses.

O pai das crianças, Celso Henrique dos Santos, informou que recebe apenas R$ 700 por mês para sustentar a família e, por isso, enfrenta dificuldades para custear despesas com hospedagem, alimentação e passagens, por exemplo. Já que a procedimento cirúrgico das crianças será gratuito. Ele disse que não vai precisar deixar o emprego, pois o chefe dele vai continuar pagando o salário como forma de ajudá-lo. No entanto, como o salário é baixo, ele conta com a ajuda de terceiros.

A previsão é que os gêmeos, que são unidos pelo abdômen, passem pela cirurgia de separação no próximo mês. No dia 9 de setembro, eles vão passar por uma série de exames para dar início ao processo de separação. "Falaram que é uma cirurgia de risco e que poderíamos optar por separar ou não", disse o pai. Após o procedimento, os bebês devem permanecer pelo menos sete meses internados no hospital aos cuidados dos médicos, o que aumenta a preocupação dos pais que não têm onde ficar em São Paulo.

"Estou muito ansiosa, com medo, mas se Deus quiser vai dar tudo certo", afirmou Lorraine Monteiro, mãe dos gêmeos.

Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Sistema Único de Saúde oferece assistência às crianças e também a um acompanhante durante o tempo que for preciso. Para isso, no entanto, é necessário que o município encaminhe os documentos exigidos à secretaria. A Secretaria de Saúde de Primavera do Leste disse que desde que as crianças nasceram o município tem ajudado a família com essa documentação.

A mãe descobriu a deficiência dos bebês quando estava no terceiro mês de gravidez. Os siameses são perfeitos do abdômen para cima, mas são unidos da cintura para baixo. A deficiência foi descoberta durante o terceiro mês de gravidez da mãe das crianças.