O ex-diretor da Escola Estadual 13 de Maio, no município de Nova Guarita (a 675 km de Cuiabá), Diego Fernando Hermann, 34 anos, foi preso na terça-feira (28.02), suspeito de desviar mais de R$ 250 mil de verba pública, após se apresentar na Delegacia de Peixoto de Azevedo (a 672 km de Cuiabá).
Diego passou por audiência de custódia, nessa quarta-feira (1º.03), e teve a prisão preventiva mantida pelo juiz da Comarca de Peixoto de Azevedo, Fernando Kendi Ishikawa, e as contas bancárias bloqueadas.
Hermann também é citado em inquérito como suspeito de envolvimento no homicídio de um agiota da mesma cidade, assim como da funcionária da vítima, em setembro de 2021. Conforme consta do depoimento da esposa de Cleyton de Oliveira (vítima de assassinato em 2 de setembro, em sua residência), E.V., Diego Fernando teria feito uma ligação para vítima na semana do crime, pedindo para negociar o prazo de um cheque que havia trocado, no valor de mais de R$ 7 mil e ainda entre esses dias teria ido até a residência de Cleyton, pedindo a xerox de dos cheques em nome de A.S.G.M., que havia negociado.
A mulher disse que ela quem tirou a xerox de um cheque nº ***02*, e contou ainda, que há uns 30, 40 dias antes do assassinato, Diego havia trocado dois cheques de R$ 80 mil cada - os cheques em nome de A.S.G.M., sendo que com o vencimento para 1º de setembro foi repassado para uma pessoa, e o nº ***02* para vencimento dia 2 de setembro ficou com Cleyton.
No entanto, segundo a testemunha, essa folha de cheque foi roubada da residência da vítima no dia 1º de setembro, no dia em que Cleyton foi morto. Conforme o depoimento da mulher, o cheque de numeração ***02*, foi depositado em 2 de setembro, na conta de Diego Fernando Hermann.
Já durante o depoimento, A.S.G.M., disse que não conhecia Cleyton [vítima de assassinato] e nem Diego Fernando Hermann, e que o cheque nº ***02*, ele utilizou junto com outras folhas, para a compra de um gado, em nome do comprador L.S.L., no mês de junho de 2021.
Ele disse ainda, que L.S.L. comprou uma propriedade e passou as folhas de cheques que ele pagou pelo gado, para o vendedor da propriedade, C.J.P..
Ainda, em depoimento, ele disse recordar que alguém havia ligado para ele para saber a origem dos cheques, mas não lembrava nomes, e que depois disso, no dia 03 de setembro recebeu uma ligação da esposa de Cleyton, perguntando se o cheque nº ***02* havia sido compensando e ele confirmou que sim, e em nome de Diego Fernando.
No processo judiciário, o nome de Diego Fernando aparece no contrato de compra e venda da propriedade adquirida por L.S.L.. Diego receberia em sua conta, em junho de 2021, a primeira parcela do pagamento no valor de R$ 23 mil. Ainda nesse contrato, o cheque nº ***02* aparece como pagamento da quarta parcela.
As investigações deram continuidade a fim de chegar aos autores dos assassinatos, e em 2022, outras pessoas envolvidas com o agiota foram intimadas a depor, entre elas, em março de 2022, Diego Fernando Hermann.
Em depoimento, Diego contou que conheceu Cleyton em julho de 2021, e passou a trocar cheques com o agiota. Segundo ele, a folha de cheque nº ***02* e mais duas em nome de A.S.G.M., chegaram a suas mãos, após vender um imóvel para C.J.P..
Ele então contou que negociou os cheques com Cleyton. Segundo Diego, em uma das negociações, do cheque nº ***02*, ele disse para Cleyton que estava usando parte do dinheiro para investimentos na bolsa de valores e perguntou se o agiota teria interesse em investir. Ficaram acordados que Diego faria as transações e Cleyton investiria o dinheiro, sendo que os cheques para garantia do Capital iria ficar a cargo de Diego.
Ainda, conforme depoimento, Diego esteve na casa de Cleyton uns dias antes do assassinato, e disse que até então o agiota ainda não fornecera nenhum dinheiro para os investimentos e contou que pediu as xerox dos cheques negociados, alegando que seria para futura prestação do imposto de renda.
Já na manhã do assassinato, Diego retornou a casa de Cleyton, onde disse que teria ido até lá para levar um cheque em seu nome para negociarem. "Diego entregou uma folha de cheque em seu nome, no valor R$120.000,00 negociada para um ano, para o investimento em conjunto na bolsa".
Por fim, Hermann disse que Cleyton entregou a ele naquela manhã o cheque ***02*, no valor de R$ 80 mil, que seria "bom" para o próximo dia, 02 de setembro.
"Diego não sábia que CLEYTON usaria para o investimento a folha de cheque de 80 mil negociada anteriormente, soube somente quando esteve em seu escritório; QUE o valor de 80 mil séria o investimento de CLEYTON nas negociações da bolsa e os lucros ficaram 70% para o interrogado [Diego] responsável pelas transações e 30% líquido para CLEYTON o investidor, no prazo de um ano; QUE o interrogado teria que pagar os juros negociados no final do período de um ano", diz trecho do depoimento.
Segundo Diego, depois disso deixou a casa de Cleyton, e retornou para sua residência no município de Terra Nova do Norte, onde passou durante o dia em família e a tarde fez o depósito do cheque. Sobre a morte do agiota, Diego disse que ficou sabendo no fim da tarde através do perfil do Facebook de uma pessoa, J.V..
No final do interrogatório, Hermann disse que havia formatado seu celular no final do ano passado, mas se fosse útil e necessário disponibilizaria o aparelho para ser periciado e ainda se propõe a providenciar extratos bancários das transações.
Cleyton de Oliveira, de 33 anos, e Ana Cristina Correia dos Santos, de 50, foram assassinados em Nova Guarita — Foto: Divulgação |
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