Nesta quinta-feira (10)
comemorou-se o Dia Mundial das Leguminosas. A data foi criada pela Organização
das Nações Unidas (ONU) para estimular a produção desses grãos, promovendo
assim a segurança alimentar em todo mundo, tendo em vista que os nutrientes das
leguminosas são importantes para qualidade do solo de onde sai os alimentos.
Mas o que são leguminosas,
afinal? É comum confundi-las com os legumes, mas são duas coisas bem
diferentes. As leguminosas, na verdade, são grãos originados em árvores, ervas
e trepadeiras que nascem em vagens ricas em tecido fibroso. Alguns desses grãos
são o feijão de porco, o milheto, a lentilha, a crotalária e a soja.
GERAÇÃO DE RENDA
Na agricultura familiar de Mato
Grosso, o uso das leguminosas ajudam a garantir o alimento e a geração de renda
aos moradores do campo. É o caso do produtor de Lima ácida Tahiti, Teodoro de
Almeida Barbosa, de 60 anos, que possui um sítio na zona rural da cidade de
Peixoto de Azevedo, 673 km ao Norte de Cuiabá.
Por lá, a leguminosa crotalária e
gramínea milheto atuam no fortalecimento do solo, gerando nutrientes para os
pés de lima, que a partir disso começaram a crescer mais fortes, saudáveis e a
dar mais frutos.
"Mudou muito, porque as
plantas não estavam indo para frente por causa da terra que era muito ácida e
fraca. Depois que ele começou a fazer o trabalho, os pés de lima se
desenvolveram, as folhas pegaram cor: antes eram amareladas e hoje são verdes
escuras, bem vivas! Eu estou gostando do trabalho dele. Do que era antes para
hoje mudou muito", comemora seu Teodoro, que já traça planos para
comercializar a fruta no mercado local.
O "ele" mencionado pelo
agricultor é o extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência
e Extensão Rural (Empaer-MT), Clovis Luiz de Moraes Manica, que desde março
passado utiliza as leguminosas para fortalecer o solo do agricultor familiar.
"O milheto, por exemplo,
cria caminhos em um solo seco e compactado, ou seja, a raiz dessa gramínea vai
lá no fundo buscar a água, os nutrientes que a planta, no caso a lima do seu
Teodoro, precisa para crescer saudável e produzir frutos de qualidade",
detalha o extensionista.
Em relação a crotalária, Clovis
destaca que se trata de uma leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada
para adubação verde e no controle dos nematóides do solo [pequenas larvas que
atacam as plantas].
“Elas também são excelentes
fixadoras biológicas de nitrogênio, reduzindo a necessidade de aplicação de
fertilizantes nitrogenados, que causam danos ao meio ambiente. Essa grande
produção de massa verde faz com que a planta seja excelente para cobertura do
solo, produção de matéria orgânica e o controle natural das plantas daninhas”,
elenca.
REFERÊNCIA
A propriedade de seu Teodoro é o
que os extensionistas chamam de Unidade de Referência Técnica (URT) da Empaer.
Significa que ela servirá de modelo sustentável e moderno de produção de lima
para as demais propriedades da região de Peixoto de Azevedo, que conta com
aproximadamente 15 famílias produtoras do fruto. A ideia é que o lugar se torne
um grande pólo de produção de lima no estado, gerando renda e segurança
alimentar às famílias.
Esse fortalecimento da URT conta
com o apoio do Programa REM Mato Grosso (do inglês, REED para Pioneiros).
"O REM tem sido um aliado fundamental nesse processo. Foi a partir do
Programa que recebemos as sementes, o calcário e o fosfato natural para lidar
com a terra. Também foi adquirido os equipamentos carbonizador e o triturador,
que servem para limpar a área e facilitar no processo de irrigação do
solo", destacou o extensionista da Empaer.
Além da propriedade do seu
Teodoro, o REM MT investe em mais 19 URT's no estado, por meio da aquisição de
insumos como adubos, calcário, sementes, mudas, sistema de irrigação e
equipamentos para a roça.
Essas URT's trabalham com às
atividades "leiteira", "citros" e "banana" e
estão situadas nos municípios de Alta Floresta, Carlinda, Matupá, Nova Canaã,
Nova Guarita, Novo Mundo, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Terra Nova do Norte,
Acorizal, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Jangada, Poconé, Poxoréu, Castanheira,
Colniza, Juara, Juína e Juruena.
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