Morador de Aragarças, Kayan Soares Rocha sempre estudou em escola pública e usou o dinheiro do trabalho para pagar um cursinho preparatório particular no último ano.
Persistência
e dedicação marcam a trajetória de Kayan Soares Rocha, de 20 anos, aprovado em
medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG). De origem humilde e sempre
estudando em escola pública, foi vendendo frutas em Aragarças,
na região oeste do estado, que ele conseguiu pagar aulas on-line de um cursinho
preparatório ao longo do último ano.
“Essa sensação de ser aprovado me fez
sentir muito importante, me fez sentir que tudo que eu passei valeu a pena.
Hoje, eu paro e penso que passaria por tudo isso de novo, só para ser aprovado
e poder sentir o que estou sentindo”, conta o estudante.
Para realizar o sonho, o jovem conta
que precisou conciliar uma rotina de mais de 12 horas de estudos por dia ao
longo da semana e, aos domingos, o trabalho como vendedor de frutas na banca do
pai, que fica às margens de uma avenida em Barra do Garças, cidade vizinha a
dele.
“Eu sabia que minha família não teria
condições de bancar os meus estudos. Então, eu organizava para estudar de
segunda a sábado. Parava só para comer, ir ao banheiro e dormir. Já aos
domingos, eu ia para a banca de frutas e ajudava meu pai. Foi com esse dinheiro
que eu consegui pagar as aulas”, explica.
Kayan conta que sempre teve o sonho
de trabalhar na área da saúde. No entanto, foi no último ano do ensino médio
que ele se apaixonou por medicina.
“Sempre visitei cursos superiores
para entender como funciona. Quando visitei o de medicina, eu vi que era aquilo
que eu queria fazer. Sou um cara que gosto muito de ter responsabilidade. Para
mim, não tem responsabilidade maior do que salvar a vida de uma pessoa. Por
isso, eu pretendo me dedicar bastante”, afirma.
Para ingressar na faculdade, o jovem
utilizou a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio do Sistema
de Seleção Unificada (Sisu). Por conta da pandemia, o estudante não sabe ainda
se as aulas, previstas para começarem em 26 de julho, serão virtuais ou
presenciais.
“Se for on-line eu consigo continuar
estudando aqui na minha cidade mesmo, porque daí eu não tenho gastos. Mas,
quando voltar para o presencial, eu vou precisar me mudar para Goiânia, onde
fica o campus. Estou muito ansioso para começar logo”, conta.
Fonte: G1.
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