Empresário do agronegócio Luiz de Almeida Saliez, dono da fazenda Dardanellos, em Aripuanã (a 1,2 mil km de Cuiabá), invadida, em massa, por garimpeiros, nos últimos dias, afirma que a jazida, no local, é enorme e a situação está perigosa, porque os ilegais não aceitam diálogo. "Se chegarmos perto, seremos mortos", supõe.
Sendo assim, fez representações na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável pela mineração no país. Também levou reclames à Polícia Federal e ao Ministério Público. Registrou boletim de ocorrência policial. "Estamos aguardamos as providências, porque da nossa parte não há nada que se possa fazer".
Explica que tem um contrato de 23 anos de uso da área com o grupo Votorantim, que é uma multinacional brasileira. O grupo é concessionário, autorizado pelo Governo Federal, tem alvará, e, de acordo com o fazendeiro, conduz projeto mineral na fazenda milionário. Segundo ele, o investimento é na ordem de 500 milhões de dólares e que em 3 anos deve aplicar R$ 1 bilhão.
"São 30 quilômetros de pesquisa, do rio Aripuanã ao rio Branco, é uma serra que vai de um rio a outro e em toda a serra tem minério, a quantidade maior é zinco, mas lá tem outros minérios, tem cobre, tem ferro, tem ouro". No entanto, assegura que não tem minério superficial e sim intermediário.
O empresário ressalta que, por causa de pesquisas na área, já existem 60 dragas instaladas e 300 perfurações, de 300 metros de profundidade, e que está inclusive sendo escavado um tunel.
"Ocorre que em janeiro deste ano a Votorantim contratou de 350 a mil braçais, para fazer toda estrutura de mineração, e isso provocou um barulho, uma agitação, de que tem minério e isso foi agitando e agitando", repete. "Por isso houve uma explosão de garimpeiros".
Saliez acredita que, aproveitando o momento eleitoral, período em que a polícia está proibida de prender, garimpeiros entraram em massa na fazenda, que tem segurança "leve".
Segundo ele, a notícia sobre ouro raso se espalhou e, além de amadores, foram atraídos também garimpeiros profissionais, inclusive um grande grupo que estava explorando ilegalmente reservas indígenas em Rondônia.
Diz ainda que na fazenda tem mais dois garimpos, além da "Grota da Anta", onde o pessoal está agora.
Além da concessão da multinacional, um pecuarista arrendou a fazenda, há 6 anos, para criar cerca de 500 cabeças de gado.
O fazendeiro explica que mora com a esposa, oficialmente a dona da fazenda, em Joinville, Santa Catarina, e a Dardanellos é a única propriedade do casal em Mato Grosso. Trata-de 2,8 mil hectares, em área amazônica, tamanho considerado de pequeno porte. No entanto, de grande potência mineral.
Fonte: RD News
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