(Foto: Reprodução Facebook) |
O líder sem-terra Aluisio Sampaio
foi assassinado dentro da própria casa na tarde desta quinta-feira (11) em
Castelo dos Sonhos a 1.726 quilômetros de Belém. O crime foi às margens da BR-163.
De acordo com o jornal Folha do
Progresso, ele foi morto com vários tiros na cabeça. Um dos assassinos teria
sido preso e outro conseguido fugir.
Procuradas nesta sexta (12), a
Polícia Civil e a Secretaria de Justiça do Pará afirmaram que não haviam recebido
nenhuma informação sobre o caso.
Sampaio era do Sindicato de
Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Sintraff) e não tinha
relação com o MST. Sua organização, formada por posseiros, mantém uma disputa
há anos uma área com grileiros da região.
O sindicalista estava ameaçado de
morte. Em janeiro de 2017, ele publicou um vídeo no Youtube em que acusava três
pessoas de conspirarem para matá-lo.
As pessoas citadas são o
ex-prefeito de Novo Progresso Neri Prazeres, o presidente Sindicato dos
Produtores Rurais de Novo Progresso, Agamenon Menezes, e outro sindicalista da
região, conhecido como Dico.
"Eles podem me matar a
qualquer instante, mas eles vão se arrepender pro resto da vida dele porque, me
matando, vêm outros", diz o sindicalista no vídeo.
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)
teve ampla votação ao longo da BR-163. Durante visita de campanha ao Pará, em
julho, ele elogiou os policiais condenados pela morte de 19 trabalhadores
rurais sem terra, em 1996, em Eldorado do Carajás (PA), no leste do estado. Ele
também tem prometido classificar o MST de organização terrorista.
Sob a condição do anonimato, um
posseiro de Castelo dos Sonhos disse à reportagem que seus companheiros estão
divididos na disputa presidencial.
Alguns acreditam que o PT
bloqueará reivindicações para regularizar invasões na Floresta Nacional do
Jamanxim. Outros temem que uma vitória do Bolsonaro gere uma onda de violência
contra posseiros e sem-terra.
A BR-163 foi aberta durante a
ditadura militar, que promoveu grandes projetos na Amazônia sob o lema de
"integrar para não integrar". Atualmente, é um importante canal de
escoamento da soja de Mato Grosso.
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