RpMT/Reprodução: Para se
esconder, o traficante fez cirurgias plásticas para alterar suas feições e
usava, atualmente, a identidade de Vitor Luiz de Moraes
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A Polícia Federal (PF) prendeu
neste sábado (1º), Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, um dos
maiores traficantes da América do Sul segundo a corporação. Ele foi preso em
Sorriso (MT).
De acordo com a PF, ele era um
dos traficantes mais procurados pela Polícia Federal e pela Interpol na América
do Sul, considerado um dos “barões das drogas” do Brasil ainda em liberdade, já
condenado pela Justiça Federal a penas que somam mais de 50 anos de prisão.
Para se esconder, o traficante
fez cirurgias plásticas para alterar suas feições e usava, atualmente, a
identidade de Vitor Luiz de Moraes, ainda de acordo com a PF.
No entanto, ele foi localizado
recentemente pela área de combate ao tráfico de drogas da PF, que precisou
acionar a perícia. Com dados fotográficos, concluiu-se que Luiz Carlos da Rocha
e Vitor Luiz de Moraes são a mesma pessoa.
Além dele, também foi preso
Wilson Roncarati, em Londrina, no norte do Paraná, que é considerado pela PF o
braço direito de Cabeça Branca. Os dois foram presos preventivamente, ou seja,
por tempo indeterminado.
Os presos responderão pelos
crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para
o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização
criminosa, com penas somadas que passam de 20 anos de prisão.
O G1 tenta contato com a defesa
de Luiz Carlos da Rocha e de Wilson Roncarati.
Operação Spectrum
Além dos dois mandados de prisão
preventiva, aproximadamente 150 agentes federais cumprem 24 mandados de busca e
apreensão nas cidades de Londrina (PR), São Paulo, Embu das Artes, Araraquara e
Cotia (SP) e Sorriso (MT). As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara
Federal de Curitiba.
A PF informou, ainda, que somente
nesta primeira ação foram sequestrados aproximadamente US$ 10 milhões,
concentrados em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo
importados.
A estimativa das investigações é
de que o patrimônio adquirido por Cabeça Branca com o tráfico internacional de
drogas chegue a US$ 100 milhões.
O nome da operação, batizada de
Spectrum, faz referência a Cabeça Branca que, segundo a PF, vivia
discretamente, sendo reconhecido no meio policial pela experiência
internacional, transcontinental e com larga rede ilegal de relacionamento,
sendo procurado há quase 30 anos.
A organização criminosa
Ainda conforme a PF, a
organização criminosa liderada por Luiz Carlos Rocha era extremamente violenta,
com utilização de escoltas armadas, carros blindados, entre outros.
O grupo, segundo a polícia, era
um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e
carioca. A organização atuava com estrutura empresarial com áreas de produção
em regiões de difícil acesso em países como Bolívia, Peru e Colômbia. Além
disso, a organização tinha logística de transporte, distribuição e manutenção
de entrepostos no Paraguai e no Brasil, e exportando cocaína para Europa e
Estados Unidos. A estimativa da PF é de que a quadrilha movimentava 5 toneladas
de cocaína por mês.
G1
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