A delegada disse que já ouviu
cerca de sete pessoas, entre parentes e amigos das famílias.
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A funcionária pública de 37 anos
suspeita de agredir a enteada, de 2, durante uma festa, em Goiânia, prestou
depoimento nesta segunda-feira (3), na Delegacia de Proteção à Criança e ao
Adolescente (DPCA). Segundo a delegada Tereza Daniela Magri, responsável pelo
caso, ela confessou ter dado um tapa no rosto da criança durante uma discussão
com o agora ex-marido, pai da menina, motivada por ciúmes. Em seguida, a
madrasta foi liberada.
“Ela disse que, em dado momento
da discussão, a criança acordou chorando. Ela então colocou a menina em cima da
cama e lhe deu um tapa”, disse a delegada.
O crime aconteceu no último dia
24 de junho. O advogado da madrasta, Rogério Rodrigues de Paula acompanhou o
procedimento. Ele alegou que sua cliente admitiu a agressão, mas que está com
problemas psicológicos, que teriam motivado o golpe.
“Ela não negou o tapa. Mas a
questão é que ela está tomando remédio controlado porque teve uma filha, de 4
meses, e está com depressão pós-parto. No dia do fato, ocorria um churrasco,
ela acabou misturando a medicação com bebida alcoólica e ficou com ciúme de uma
mulher que estava no local”, afirmou ao G1.
O defensor salientou que vai
trabalhar para que a madrasta seja inocentada por “extinção de culpabilidade”
em decorrência de ter agido por conta dos remédios que estaria tomando.
Conforme Rogério, após o episódio, o casal se separou.
Crime e investigação
Após o fato, familiares levaram a
menina para a Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado. O laudo do
Instituto Médico Legal comprovou as lesões. “O exame é compatível com o relato
de lesão corporal por meio de ação contundente”, aponta o documento.
Além do rosto, a criança também
teve lesões nas pernas, barriga e tórax. Porém, a madrasta negou que tenha
cometido as outras agressões. A delegada afirmou que não há requisitos para
pedir a prisão da mulher junto à Justiça. Por isso, ela responderá ao processo
em liberdade.
Ela deve ser indiciada pelo crime
de lesão corporal em situação de violência doméstica. Em caso de condenação, a
pena varia de três meses a três anos de prisão.
A delegada disse que já ouviu
cerca de sete pessoas, entre parentes e amigos das famílias. Ao menos mais dois
depoimentos ainda deverão ser realizados.
O advogado da mãe da menina,
Berlioz Oriente, informou ao G1 que já entrou com pedido na Justiça para que a
guarda da menina – até então compartilhada com o pai – seja somente dela. A mãe
já havia contado ao G1 que a criança tinha mudado a personalidade após o
convívio mais frequente com o pai e a madrasta.
“Ela está traumatizada, arisca,
arredia e bastante agressiva, não era assim antes. Quando compartilhamos a
guarda dela, há uns 8, 9 meses, ela começou com essa agressividade e eu não
entendia. Nesse fim de semana que ela foi agredia o comportamento dela piorou
muito. Ela fica acuada, ou acha que a gente vai bater, ela nem aceita mais
carinho”, lamentou.
G1
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