Cerca de 300 produtores rurais bloquearam por 48 horas a MT-170, entre Castanheira e Juína, exigindo explicações e respostas quanto às interdições de aproximadamente 219 propriedades de Castanheira em decorrência a estomatite vesicular. Em Mato Grosso 36 casos foram constatados em seis propriedades do município. O isolamento das fazendas faz parte do protocolo sanitário animal de Mato Grosso, que tem o objetivo de evitar que a doença espalhe-se para outras propriedades e outros municípios.
O produtor Magno Campos revela que os produtores de Castanheira tomaram tal medida, pois já se encontravam há 40 dias sem respostas se os animais estavam ou não doentes. O bloqueio foi realizado na segunda (28) e terça-feira (29) e teve fim, após representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e da Secretária de Desenvolvimento e Agricultura Familiar de Mato Grosso (Sedraf-MT) comparecerem ao município para esclarecimentos.
“Proibiram-nos de matar os animais até para nosso próprio consumo. Estou proibido de tirar leite das minhas vacas para vender e beber. Estamos vendo vistoria apenas em pequenas propriedades. Além disso, com a interdição não podemos fazer um manejo adequado para a alimentação dos animais e com isso muitos estão fracos e podem morrer. O Indea nos prometeu suporte para a alimentação, mas não sabemos quando isso começará”, declarou ao Agro Olhar o produtor Magno Campos.
A estomatite vesicular, possui sintomas semelhantes aos da febre aftosa. Os primeiros casos foram registrados em 20 de junho, porém somente na última semana veio a ser anunciada a presença da doença pelo Indea-MT.
A doença em Castanheira atingiu bovinos, muares, eqüinos e até suínos, segundo relatos à reportagem.
Conforme a coordenadora de Controle de Doenças Animais do Indea-MT, Daniela Soares, até o momento estão confirmados 36 casos em seis propriedades. Ela relata que foram interditadas 219 propriedades, porém este número pode aumentar até o final de semana, conforme os resultados das análises forem chegando.
A presidente do Indea-MT, Maria Auxiliadora Diniz, revela ter ido até Castanheira acompanhada do secretário da Sedraf-MT, Luiz Carlos Alécio, e de representantes do Ministério da Agricultura para conversar com os produtores e assim liberar o bloqueio da rodovia.
“Fizemos uma reunião no bloqueio mesmo com os produtores. Passamos todas as informações solicitadas sobre a situação e explicamos que estamos seguindo as exigências dos protocolos de sanidade animal. Temos de seguir tais protocolos e interditar as fazendas para evitar a proliferação desta doença”, explica a presidente do Indea-MT.
Segundo Maria Auxiliadora, hoje o Indea-MT está com 40 equipes percorrendo as propriedades rurais de Castanheira. Ao todo são cerca de 100 profissionais entre médicos veterinários e técnicos do Indea-MT.
Comissão
De acordo com a presidente do Indea-MT, uma comissão foi criada entre o Instituto e produtores para que uma vez por semana informações sejam repassadas aos produtores quanto a situação da estomatite vesicular e o andamento das análises.
O caso
A suspeita da estomatite bovina em Mato Grosso surgiu no dia 20 de junho e teve sua confirmação divulgada no dia 21 de julho pelo Indea-MT. O primeiro caso registrado da doença em Mato Grosso foi em um muar, seguido de um bovino, que estava na mesma propriedade, logo em seguida.
O Ministério da Agricultura revelou no dia 25 de julho que o Brasil já tinha registrado 54 casos de estomatite vesicular, dos quais 36 casos estavam confirmados em Mato Grosso. Há casos confirmados na Bahia, no Piauí e no Maranhão.
De acordo com o Mapa, a doença é viral e de cura espontânea. Ela afeta bovinos, equídeos, bubalinos, pequenos ruminantes e suínos. Entre os sintomas que se assemelham a febre aftosa estão lesões na boca; narinas, no focinho, nas patas e úberes; salivação abundante e dificuldade na locomoção.
Fonte: Olhar Direto/Viviane Petroli/foto internauta
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.