2014/01/19

“O preço de uma criança”: fotos da prostituição em Calcutá

Sonagachi, favela da cidade indiana, abriga uma das maiores zonas de tráfico sexual da Ásia. Lá, cerca de 12 mil garotas com menos de 18 anos vendem seus corpos por menos de R$ 5 ao dia

O fotógrafo clicou a realidade dessas garotas de forma abstrata para dar um olhar mais poético ao problema (Foto: Souvid Datta)
A pobreza impressiona em Sonagachi, favela de Calcutá, na Índia. A miséria vivida naquela comunidade é tanta que os meninos entram em gangues de rua e cerca de 12 mil garotas que mal saíram da adolescência são obrigadas a se prostituírem pelo equivalente a menos de R$ 5 por dia para ajudar suas famílias a colocar comida na mesa. Foi essa realidade que Souvid Datta clicou durante sua viagem por um dos maiores distritos de prostituição da Ásia. Nascido em Mumbai e radicado em Londres, o fotógrafo de 21 anos conta em sua série que Sonagachi é dominada sobretudo por gangues de rua e o tráfico humano é um comércio constante. Lá, jornalistas e fotógrafos nem sempre são bem vindos.

Garotas com menos de 18 anos abandonam as escolas para se prostituirem (Foto: Souvid Datta)

Em entrevista ao jornal “Daily Mail”, Souvid disse que a ideia de clicar a série “The Price of a Child” (O preço de uma criança) surgiu após, anos atrás, presenciar uma menina sendo levada por um homem de meia-idade pelas ruas da favela. Ainda adolescente, o fotógrafo voltou para Calcutá para ser voluntário de uma ONG, mas viu a corrupção da polícia, compactuada pela polícia local, cometendo injustiças diárias com famílias carentes de Sonagachi. Foi quando decidiu criar o projeto para dar um olhar abstrato a sombria realidade do tráfico humano em Calcutá. O lado triste é que em 2004 o documentário Born Into Brothels, que ganhou um Oscar, mostrava a mesma situação. Em 10 anos, nada mudou.

Cerca de 12 mil garotas se prostituem na favela de Sanogachi (Foto: Souvid Datta)
Souvid admite que suas imagens são abstratas demais para impactar uma mudança no cenário da favela. Mas acredita que os cliques podem estimular um diálogo e dar voz as garotas, que há um tempo foram silenciadas, saíram das escolas e perderam a infância para vender seus corpos em troca da própria sobrevivência.

A ideia do projeto surgiu após Souvid presenciar meninas sendo "vendidas" para homens de meia-idade (Foto: Souvid Datta)
Para conhecer mais do projeto, acesse o site oficial do fotógrafo ou o perfil no Twitter: @souvid

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