Pelo menos oito pessoas
foram furtadas nos camarotes da casa de shows Gerônimo West Music e do
restaurante Haru, durante uma espécie de "arrastão", feito no evento
"Cuiabá Music Festival", que teve como atração principal a cantora
baiana Ivete Sangalo, no último final de semana.
O
que mais revoltou os presentes foi a falta de segurança nestas áreas,
que foram as mais caras do show, cujo valor da entrada individual ia de
R$ 250 a R$ 300, com direito a Open Bar e Open Food.
Uma
das vítimas foi a estudante de farmácia Letícia Manfrim, que deu falta
do celular depois de ter entrado no camarote do Gerônimo.
“Não
me recordo o horário preciso, mas foi antes de o show começar. Eu e a
minha amiga sentimos falta dos celulares, depois de uns 40 minutos que
abriram os portões, umas 22h30. O furto foi dentro do camarote, porque
eu cheguei a olhar o celular lá dentro”, detalhou a jovem ao Olhar
Direto.
Ainda
segundo Letícia, depois de entrar no camarote ela e sua amiga não
saíram mais, o que indica que a ação aconteceu dentro do local. “Fomos
furtadas juntas”, afirma. “Quando estávamos indo embora, ficamos sabendo
que mais duas pessoas que estavam lá foram vítima do furto também”,
completa.
No
momento do furto, as jovens não fizeram o registro da ocorrência na
polícia, pois tiveram que buscar ajuda para cancelar a linha de um dos
aparelhos.
“Na
hora, a gente ficou tão preocupada em cancelar que nem buscamos a
polícia, porque também não ia adiantar”, lamentou. Na tarde desta
segunda-feira (26), Letícia confeccionou o boletim de ocorrência através
da Delegacia Virtual da Polícia Judiciária Civil.
Houve
relatos de furto também de pessoas que estavam dentro do camarote do
restaurante Haru - mais de quatro pessoas teriam tido seus celulares
furtados durante o evento.
Arrastão e contradição
A
organização do show, e os donos dos camarotes, divergem sobre a
responsabilidade da segurança nas áreas em que os furtos aconteceram. A
assessoria do Haru declarou ao Olhar Direto que a segurança do evento
foi insuficiente para atender a demanda do camarote.
“Os
organizadores do evento disponibilizaram apenas dois seguranças para
cuidar de um camarote com capacidade para mil pessoas, e, apenas por
volta das 19h, quando tomamos conhecimento dessa quantidade de gente,
corremos atrás e contratamos por nossa conta mais 30 seguranças”.
Já
o dono da empresa, Ricardo Camilo Shows e Eventos, e Duts Promoções,
responsável pelo show, sustentou que cada camarote tinha que cuidar das
respectivas seguranças.
“A
segurança interna de cada camarote era de responsabilidade de cada
empresa e o número de seguranças no evento todo está de acordo com o que
pede a legislação”, argumentou Ricardo Camilo. De acordo com ele, 100
seguranças foram empregados no evento, mais 40 porteiros, no entanto,
ele não revelou quantas pessoas assistiram ao show.
A
assessoria do Haru ainda declarou que várias pessoas foram vistas
pulando o muro para entrar no local sem pagar. “Imediatamente,
informamos a segurança sobre o fato e um cordão de isolamento foi
feito”. Ricardo Camilo também contrapõe essa informação. “Não tinha
pessoas pulando o muro”.
Camilo
ainda destacou que a criminalidade é uma “questão social”, e que seria
uma incoerência apontar a organização do evento como responsável pelos
furtos, principalmente pelo fato de ter sido usado até detectores de
metal para impedir a entrada de pessoas armadas. “Não temos como julgar
as pessoas pelo rosto”, completou.
A
reportagem tentou o contato também da assessoria de imprensa do
Gerônimo, porém até o fechamento da matéria não obteve retorno.
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