2013/08/27

Ladrões fazem "arrastão" em camarote de show de Ivete

Pelo menos oito pessoas foram furtadas nos camarotes da casa de shows Gerônimo West Music e do restaurante Haru, durante uma espécie de "arrastão", feito no evento "Cuiabá Music Festival", que teve como atração principal a cantora baiana Ivete Sangalo, no último final de semana.

O que mais revoltou os presentes foi a falta de segurança nestas áreas, que foram as mais caras do show, cujo valor da entrada individual ia de R$ 250 a R$ 300, com direito a Open Bar e Open Food.

Uma das vítimas foi a estudante de farmácia Letícia Manfrim, que deu falta do celular depois de ter entrado no camarote do Gerônimo. 

“Não me recordo o horário preciso, mas foi antes de o show começar. Eu e a minha amiga sentimos falta dos celulares, depois de uns 40 minutos que abriram os portões, umas 22h30. O furto foi dentro do camarote, porque eu cheguei a olhar o celular lá dentro”, detalhou a jovem ao Olhar Direto.

Ainda segundo Letícia, depois de entrar no camarote ela e sua amiga não saíram mais, o que indica que a ação aconteceu dentro do local. “Fomos furtadas juntas”, afirma. “Quando estávamos indo embora, ficamos sabendo que mais duas pessoas que estavam lá foram vítima do furto também”, completa. 

No momento do furto, as jovens não fizeram o registro da ocorrência na polícia, pois tiveram que buscar ajuda para cancelar a linha de um dos aparelhos. 

“Na hora, a gente ficou tão preocupada em cancelar que nem buscamos a polícia, porque também não ia adiantar”, lamentou. Na tarde desta segunda-feira (26), Letícia confeccionou o boletim de ocorrência através da Delegacia Virtual da Polícia Judiciária Civil.

Houve relatos de furto também de pessoas que estavam dentro do camarote do restaurante Haru - mais de quatro pessoas teriam tido seus celulares furtados durante o evento. 

Arrastão e contradição

A organização do show, e os donos dos camarotes, divergem sobre a responsabilidade da segurança nas áreas em que os furtos aconteceram. A assessoria do Haru declarou ao Olhar Direto que a segurança do evento foi insuficiente para atender a demanda do camarote. 

“Os organizadores do evento disponibilizaram apenas dois seguranças para cuidar de um camarote com capacidade para mil pessoas, e, apenas por volta das 19h, quando tomamos conhecimento dessa quantidade de gente, corremos atrás e contratamos por nossa conta mais 30 seguranças”.

Já o dono da empresa, Ricardo Camilo Shows e Eventos, e Duts Promoções, responsável pelo show, sustentou que cada camarote tinha que cuidar das respectivas seguranças. 

“A segurança interna de cada camarote era de responsabilidade de cada empresa e o número de seguranças no evento todo está de acordo com o que pede a legislação”, argumentou Ricardo Camilo. De acordo com ele, 100 seguranças foram empregados no evento, mais 40 porteiros, no entanto, ele não revelou quantas pessoas assistiram ao show. 

A assessoria do Haru ainda declarou que várias pessoas foram vistas pulando o muro para entrar no local sem pagar. “Imediatamente, informamos a segurança sobre o fato e um cordão de isolamento foi feito”. Ricardo Camilo também contrapõe essa informação. “Não tinha pessoas pulando o muro”. 

Camilo ainda destacou que a criminalidade é uma “questão social”, e que seria uma incoerência apontar a organização do evento como responsável pelos furtos, principalmente pelo fato de ter sido usado até detectores de metal para impedir a entrada de pessoas armadas. “Não temos como julgar as pessoas pelo rosto”, completou. 

A reportagem tentou o contato também da assessoria de imprensa do Gerônimo, porém até o fechamento da matéria não obteve retorno.

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