O Blog do Noblat
publicou nesta quinta-feira (11) o resumo da matéria do jornal O Globo sobre o
caso.
O caso já está sendo
investigado pelo Gaeco e configura-se um escândalo por pelo menos três fatos ou
evidências graves que deixam o presidente da Assembleia em situação
delicada:
1) Cheques “voam”
apenas metaforicamente, é preciso explicar como esses cheques foram parar na mão
do homem preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal. A história de achar
cheques no chão da Assembleia mais do que um deboche contra a inteligência dos
delegados e promotores pode servir como um bom indício;
2) Os cheques
“antigos” estavam servindo como uma espécie de “caução” para negócios
particulares escusos?
3) O preso é um
velho conhecido do deputado, com o qual fazia negócios,
particulares.
A matéria de O
Globo começa com um erro sobre a localização exata do flagrante, que não foi
feito em Mato Grosso, e sim em Minas Gerais, na região de
Araxá:
“Em ação de rotina,
a Polícia Rodoviária Federal apreendeu na terça-feira à noite no porta-malas de
um carro três cheques da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, no valor de R$
58 mil cada, emitidos durante uma das primeiras gestões do atual presidente da
Casa, o deputado estadual José Riva (PSD), que atualmente responde a mais de cem
processos na Justiça. Numa mesma bolsa foram encontrados, ainda, R$ 790 mil em
notas de R$ 100 e mais 50 mil euros (cerca de R$ 150 mil).
O velho conhecido de Riva é o indivíduo preso
em flagrante pela PRF:
“Os cheques estavam
no carro dirigido pelo pecuarista Alvimar de Araújo Costa e, apesar de não terem
data, trazem a assinatura do governador de Mato Grosso, Sinval Barbosa, com
menção à época em que ele era deputado e tinha o cargo de “ordenador de
despesas” da Assembleia Legislativa”.
Os cheques da Assembleia: jornal carioca faz
uma remissão de “antigos” escândalos:
“De acordo com
Alvimar, os cheques seriam usados para comprar imóveis em Belo Horizonte. No
passado, o Ministério Público descobriu que cheques da Assembleia eram usados
para pagar serviços a empresas fantasmas, num desvio de verbas estimado em R$ 65
milhões. Empresas de factoring compravam os cheques das empresas e repassavam os
valores a pessoas indicadas por deputados estaduais.
A defesa da
Assembleia:
“A Assembleia
Legislativa informou que não emite cheques há pelo menos dez anos, desde a
descoberta do esquema. Em depoimento prestado à polícia, Alvimar disse ter
encontrado os cheques no chão do estacionamento da Assembleia.
Riva reconhece que Alvimar é velho conhecido
e parceiro comercial:
— Já fiz negócios
com o seu Alvimar, comprei e vendi gado dele. Ele nunca prestou serviços para a
Assembleia, já chequei na contabilidade e não sei porque esses cheques estavam
com ele — disse Riva.
A investigação da Polícia
Federal:
“Alvimar será
investigado pela Polícia Federal pelo crime de lavagem de dinheiro. Outras três
pessoas que estavam no carro no momento da abordagem também foram ouvidas e
liberadas”.
A suspeita:
“O desvio milionário
de recursos da Assembleia no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000 — um dos
maiores esquemas de corrupção do Legislativo já descobertos no país — ainda pode
estar gerando lucro para seus beneficiários, embora já tenha sido investigado
pela Polícia Federal, denunciado pelo MP, e motivado condenações na Justiça por
improbidade administrativa”.
(Com
O Blog do Noblat e O Globo)
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