2013/01/04

Suiá Missú Famílias da Suiá Missú estão sendo jogadas na rua e INCRA promete lona

O lado que o Governo não mostra sobre a desintrusão da Suiá Missu

A desintrusão da Suiá Missu ordenada pela Justiça que começou oficialmente no dia 10 de dezembro, devido à área ter sido decretada Reserva Indígena Marawatsede , tem demonstrado falhas no processo. A operação que é comandada pela FUNAI tem tirado centenas de pessoas de suas casas e propriedades que eles alegam terem sido adquiridas muitas delas até mesmo antes da área ter sido decretada reserva indígena, literalmente na rua.
A reportagem do Agência da Notícia que acompanha o processo de desintrusão da área desde o último dia 03 de dezembro, tem flagrado diariamente o desespero de muitas famílias que estão sendo obrigadas a deixarem as casas, sem simplesmente terem para onde ir. De acordo com o processo a FUNAI teria que ter um plano de desintrusão, porém há um mês dentro da área nenhum produtor e nem mesmo o advogado dos Produtores teve acesso ao plano. “Nós estamos sendo massacrados, temos que deixar nossas casas, tirar nossos bens aqueles que podemos carregar, tudo por nossa conta, como se fossemos bandidos. Eles não dão respostas, não temos acesso a nenhuma informação”, explicou o produtor João Camelo que também está perdendo a fazenda e um comércio que tem dentro do distrito Estrela do Araguaia.
Nos informes emitidos pela FUNAI, o órgão afirma que está cadastrando pessoas no INCRA e afirma inclusive que algumas famílias se mudaram para o Assentamento Santa Rita em Ribeirão Cascalheira. A reportagem do Agência da Notícia foi até o assentamento e o que vimos foi uma realidade bem diferente, não havia nenhum desocupante da Suiá Missu na área, algumas famílias que foram conhecer a área não quiseram ficar no local pela péssima qualidade da terra, e por não ter nenhuma estrutura, o produtor Romilson Gomes Neto de 40 anos que foi levado para lá com sua mudança passou mal e foi levado para o hospital de Alto Boa Vista, ele foi internado e a médica que fez o atendimento disse que ele estava em estado de choque. “Como a pessoa não entra em estado de choque? Fomos para Ribeirão Cascalheira dentro de um caminhão com nossos bichos, porcos, cachorros, galinhas mudanças e nós, isso parece o fim do mundo, tivemos que dormir num galinheiro lá no Assentamento, isso é revoltante, pessoas trabalhadoras como nós, sendo tratados como indigentes, isso é um descaso muito grande com o ser humano”, denunciou Vilson Luiz Fernandes de 37 anos que é irmão de Romilson e estava junto com ele no caminhão. Ele ainda mostrou alguns animais mortos que não suportaram a mudança e o calor e acabaram morrendo, as galinhas estavam em uma gaiola junto com outros animais vivos, alguns cachorros estavam machucados e os porcos amarrados pelas pernas. O gado de seu Romilson ficou no Assentamento Santa Rita.
Também no Assentamento Santa Rita funcionários do INCRA que estavam fazendo o corte dos lotes, disseram a nossa equipe que o INCRA não tem condições estruturais para assentar as famílias, e também disseram que estavam no Assentamento Santa Rita desde o dia 06 de dezembro, data quando começou a desintrusão da Suiá Missu. “Se o INCRA estava no assentamento cortando os lotes desde o dia 06 de dezembro isso significa claramente que não há plano de desintrusão, as famílias que estão sendo retiradas deveriam ter um lugar para serem colocadas e não despejas na rua como está acontecendo”, disse o advogado dos produtores Luiz Alfredo.
Muitas famílias que foram procurar o INCRA em Alto Boa Vista, disseram não compreender a forma como o órgão está trabalhando. “Um dia a gente vem eles dizem uma coisa, no outro dia a gente vem aqui e eles dizem outra, não dá pra entender, isso aqui tá tudo uma bagunça e nós estamos sendo tratados como bandidos”, disse uma produtora que estava na frente do INCRA, ela não se enquadraria no programa de reforma agrária do INCRA por estar aposentada.
No Assentamento Santa Rita um dos funcionários do INCRA chegou a declarar que o órgão estaria disponibilizando lona para os assentados da Suiá Missu.
Embora na ordem de desintrusão, a Justiça ordena acompanhamento de Representantes dos Direitos Humanos e da OAB, nenhum dos órgãos está acompanhando a operação que é feita pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e comandada pela FUNAI.









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