Dos 70 criminosos presos durante
a operação, todos permanecem detidos preventivamente até o momento
Christiano Antonnucci/Secom-MT
A Polícia Civil de Mato Grosso
indiciou 140 criminosos por falsidade ideológica, tráfico de drogas e
organização criminosa, investigados na Operação Alter Ego, realizada em
dezembro do ano passado, em Primavera do Leste. Dos 70 criminosos presos
durante a operação, todos permanecem detidos preventivamente até o momento.
Foi a maior operação realizada
pela Polícia Civil nos últimos anos no estado, com o cumprimento de 244
mandados judiciais, sendo 100 de prisão e 144 de buscas e apreensões.
A Polícia Civil teve como
principais alvos, integrantes de uma organização criminosa envolvida em crimes
como tráfico de drogas, furtos, roubos e homicídios em Primavera do Leste e
região.
A investigação é resultado de um
trabalho conjunto realizado pela Delegacia Regional, Delegacia Municipal,
Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e Delegacia Especializada de Roubos
e Furtos de Primavera do Leste, com apoio do Núcleo de Inteligência.
Como explica o delegado Rodolpho
Bandeira, da Derf de Primavera do Leste, a investigação identificou os dois
líderes da organização, junto com dois advogados que atuavam para o grupo
criminoso. “Foi uma força-tarefa em conjunto que possibilitou à Polícia Civil
identificar todos os envolvidos na organização que praticava, principalmente, o
tráfico de drogas, além de outros crimes como furtos, roubos e homicídios na
região, inclusive, extorquindo comerciantes da cidade a pagar a ‘taxa de
segurança’”, destacou o delegado.
Investigação
O material probatório reunido em
nove meses de investigações apontou que o grupo criminoso contava também com a
ação de dois advogados, que agiam como integrantes ativos na organização. Eles
movimentavam e prestavam contas dos recursos financeiros das ações criminosas
da facção, conforme as determinações do líder L.M.S. que está preso em uma
unidade penitenciária de Mato Grosso.
A estrutura da organização era dividida em funções que incluíam os postos de gerentes, responsáveis por armazenar e distribuir entorpecentes para os pontos de vendas e ainda receber os pagamentos dos traficantes e de membros que integravam a facção.
Além do comércio de drogas, a
organização ainda coagia comerciantes de Primavera do Leste ao pagamento da
taxa de segurança, que era cobrada para que não sofressem furtos ou assaltos em
seus estabelecimentos. A investigação apurou que os comerciantes eram obrigados
a pagar R$ 100,00 mensalmente, pagos a uma pessoa que ia aos comércios buscar o
dinheiro. Uma vítima declarou à Polícia Civil que de apenas um estabelecimento,
localizado na área central de Primavera do Leste, não era cobrada a taxa,
porque a organização criminosa não tinha esse tipo de ‘negócios’ no centro da
cidade.
Outros integrantes da organização
ficavam responsáveis pela aplicação de eventuais sanções determinadas pelos
líderes, como tortura física, execução de morte e ainda a prestação de algum
tipo de serviço comunitário e pagamento de cestas básicas.
A investigação apontou ainda que
o principal líder da organização falsificou um documento de identificação,
utilizando um sobrenome diferente ao seu de origem, a fim de criar uma nova
para se eximir da responsabilidade de suas práticas criminosas.
Indiciamentos
O inquérito indiciou L.M.S. pelos
crimes de falsidade ideológica, tráfico de drogas e por integrar organização
criminosa. O outro líder do grupo, L.M. também foi indiciado por tráfico de
drogas e por integrar organização criminosa, considerando que ambos apresentam
a função de liderança na facção criminosa.
Os demais 138 investigados
responderão pelos crimes de tráfico de drogas e integração de organização
criminosa.
Raquel Teixeira | Polícia
Civil-MT
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