Há várias vítimas do suspeito,
algumas adolescentes também, que relataram episódios de assédio e intimidação
Christiano Antonnucci/Secom-MT
A equipe da Delegacia da Polícia
Civil em Sorriso prendeu em flagrante, na tarde de terça-feira (10.01), um
empresário de 55 anos pelos crimes de ameaça, violência psicológica e
exploração sexual de adolescente.
O Núcleo de Atendimento à Mulher,
Criança e Idoso recebeu denúncias de ex-empregadas do suspeito, que relataram
episódios de assédio, constrangimento e importunação sexual no ambiente de
trabalho. O empresário tem uma loja de variedades e um hotel na cidade de
Sorriso.
Uma vítima, de 17 anos, narrou
que o suspeito trancou a porta do local onde ela trabalhava, depois que a
adolescente, acidentalmente, quebrou um objeto. O empresário a assediou e a
beijou, ao que ela esquivou, e depois disse que a vítima poderia pagar de outra
maneira o prejuízo causado.
Outra vítima relatou que o
empregador ordenou que ela se trocasse e usasse uma roupa mais justa, e tentou
forçar entrada no banheiro em que ela estava, além de ter lhe apertado o braço
na intenção de intimidá-la, quando ela disse que o denunciaria. Em outro
relato, uma vítima declarou que o suspeito a ordenou que ficasse nua, quando
ele desconfiou de que estaria sendo furtado.
Uma das vítimas começou a ser
ameaçada pelo suspeito, que mandou mensagens dizendo que colocaria alguém para
pegá-la porque ela estava tentando roubá-lo. Diante das ameaças, a equipe de
policiais civis realizou diligências e localizou o empresário na tarde desta
terça-feira, no local de trabalho, e o conduziu em flagrante à delegacia.
Na empresa, os investigadores
encontraram uma adolescente, de 16 anos, que, de acordo com o relato das outras
vítimas, estava sendo explorada sexualmente pelo agressor, que lhe fornecia
moradia em troca de sexo, além de lhe dar drogas. A vítima confirmou as
informações.
A delegada Jéssica Assis destaca
que o caso investigado evidencia a cultura do estupro no ambiente de trabalho e
a naturalização da violência. “Toda essa situação criminosa foi tratada pelo
suspeito como uma prerrogativa decorrente da relação patronal, e pelas vítimas,
como um percalço inevitável da dinâmica empregador e empregado, que deve
simplesmente ser aturado. São jovens o iniciando sua jornada profissional, já
tão prematuramente repleta de máculas de exploração, violência, humilhação e
truculência”, pontuou a delegada responsável pelo Núcleo da Mulher.
Assessoria | Policia Civil-MT
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