A Polícia Civil de Mato Grosso,
por meio da Delegacia de Sorriso, no norte do estado, deflagrou nesta sexta-feira
(04.11) a Operação Xeque Mate para cumprimento de 24 ordens judiciais contra um
grupo que responde pelos crimes de associação criminosa, receptação qualificada
e lavagem de capitais, que movimentou quantias equivalentes a R$ 70 milhões. A
atuação do grupo criminoso era, inicialmente, na diluição dos produtos de roubo
e furto de defensivos agrícolas.
A operação inclui mandados com alvos de 10 prisões preventivas e 14 buscas e apreensões domiciliares, além do afastamento de sigilo e sequestro de bens.
Investigação
A apuração realizada pela
Delegacia de Sorriso identificou que a associação criminosa armada possuía um
líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação qualificada de
defensivos agrícolas e de cargas de grãos roubados. Além disso, a associação
criminosa atuava na lavagem de capitais oriundos de crimes de diversas
naturezas.
A investigação apurou ainda que
os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas
especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a
outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.
A investigação chegou a um dos
integrantes do esquema criminoso, identificado como professor de ensino básico.
Conforme a declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do
profissional chegava a quase R$ 10 mil mensais.
Contudo, em nome do professor, a
investigação constatou que, no período de 38 meses ele, teve creditado em suas
contas bancárias a quantia de R$ 6.679.267,51 (seis milhões, seiscentos e
setenta e nove mil, duzentos e sessenta e sete reais e cinquenta e um
centavos). Ou seja, o rendimento mensal real seria de, aproximadamente, R$ 175
mil, o que foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo
uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.
A investigação da Polícia Civil
apurou também que o crime de lavagem de dinheiro da organização criminosa teve
como outra fonte a compra e venda de automóveis de luxo, por meio de pessoa
jurídica.
Um dos investigados trabalhava em
uma farmácia e tinha um rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400,00.
Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1, 446.857,12
milhão e reside em um imóvel no valor de 500 mil reais.
Outra atividade utilizada pelo
grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era
a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e
diamantes tornaram atrativa a atividade para esquentar seus ativos. Um dos
integrantes da quadrilha fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda,
especificamente para traficantes.
Logo, além do dinheiro faturado
pela empresa ser de origem ilícita, ainda existe uma diferença entre
faturamento e movimentação financeira no montante de R$ 55 milhões.
As investigações comprovaram que
uma empresa de comércio de veículos foi criada unicamente para a lavagem de
valores da associação criminosa.
Nos 38 meses de atuação da associação criminosa, a Polícia Civil apurou que o patrimônio dos investigados, adquirido com valores lavados nas atividades ilícitas, ultrapassou R$ 70 milhões.
Apoios
Os mandados são cumpridos nas
cidades de Sorriso, Nova Canaã do Norte e Cuiabá (MT) e em Toledo (PR).
A Operação Xeque Mate tem a
participação de equipes da Delegacia Regional de Sinop, Delegacia Regional de
Nova Muti, Diretoria Metropolitana e Diretoria de Atividades Especiais da
Polícia Civil.
Coletiva
Logo mais, às 9h30, a equipe da
Polícia Civil atenderá a imprensa de Sorriso e região em coletiva de imprensa,
na sede da Promotoria de Justiça (Rua do Bosque, s/n - Centro, Sorriso – MT)
para falar sobre a Operação Xeque Mate.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.