Mudança de bandeira tarifária e reajuste da tarifa de
energia pesam nas contas dos mato-grossenses. Neste mês, em torno de 1,5 milhão
de consumidores no Estado irão pagar R$ 4,169 a mais para cada 100 quilowatts
-hora (kWh) consumidos, com o acionamento da bandeira vermelha patamar 1. À
cobrança adicional é acrescido o reajuste tarifário anual (RTA) médio de 8,9%,
vigente desde o último dia 22, imediatamente após ser homologado pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De janeiro a abril deste ano vigorou a bandeira amarela,
que encarece a fatura em R$ 1,34 para cada 100 kWh consumidos. De fevereiro a
novembro de 2020, a Aneel manteve hasteada a bandeira verde, sem acréscimo na
conta de luz. Em dezembro, alterou para o nível mais alto, com cobrança
adicional de R$ 6,24 para cada 100 kWh consumidos.
A Aneel justifica que em maio inicia o período seco, com
os principais reservatórios apresentando estoques reduzidos para essa época do
ano. Acrescenta que o balanço hidrológico do período úmido 2020-2021 resultou
no pior aporte hidráulico da história do Sistema Interligado Nacional (SIN),
medido desde 1931.
Na reunião realizada em 22 de abril para votação do RTA
da Energisa Mato Grosso (EMT), a diretoria da Aneel observou que o acionamento
de usinas térmicas alcança nível recorde atualmente. Situação que pressiona os
custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado
de curto de prazo (PLD). A conciliação desses indicadores levou ao acionamento
do patamar 1 da Bandeira Vermelha. O PLD e o GSF são as duas variáveis que
determinam a cor da bandeira a ser acionada, esclarece a Aneel.
“O que importa no sistema elétrico é manter a garantia e
segurança no suprimento. Teremos, sim, contas mais altas (este ano)”, diz o
especialista em energia e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em
Planejamento Energético (Niepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
Ivo Dorileo.
“Existem vários custos represados e que serão incorporados nas tarifas nos próximos anos, o que é bastante preocupante. Sem falar que as tarifas podem ser ainda mais pressionadas por fatores como um maior despacho térmico de maio a novembro deste ano em função das chuvas aquém de necessário no período chuvoso”, acrescenta o representante do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Mato Grosso (Concel), Teomar Magri.
Gazeta digital
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