Um inquérito da Polícia Federal
investiga os deputados estaduais Wilson Santos, Carlos Avallone, ambos do PSDB,
o ex-deputado federal Nilson Leitão e o ex-deputado Guilherme Maluf, atual
conselheiro do TCE-MT, por caixa 2 na campanha eleitoral de 2014. Em janeiro, o
prazo para a conclusão da investigação foi prorrogado por 90 dias.
O deputado estadual Wilson Santos
(PSDB) disse, em nota, que "pauta sua carreira política pela lisura,
transparência e legalidade dos seus atos, declarando todas as despesas de campanha
oficialmente à Justiça Eleitoral".
"A maior prova disso é que
jamais houve qualquer denúncia oferecida pelo Ministério Público Eleitoral por
despesas irregulares. Todas as contas de campanha foram devidamente aprovadas
pela Justiça Eleitoral sem qualquer ressalva", diz.
Guilherme Maluf informou pela
assessoria que só irá se manifestar nos autos.
A reportagem também entrou com
Nilson Leitão e Carlos Avalone, mas eles não deram retorno até a publicação
desta matéria.
O inquérito foi instaurado em
2019 pela PF, a partir da delação do ex-secretário de estado Permínio Pinto, o
qual afirmou ter recebido em sua conta bancária o valor de R$ 175 mil para
distribuir aos candidatos do partido, a pedido do então deputado federal Nilson
Leitão, que era presidente do diretório estadual do partido. Segundo ele, os
valores não foram declarados à Justiça Eleitoral.
Esses recursos citados teriam
sido doados por uma editora de livros.
À época, Permínio trabalhava no
gabinete de Nilson Leitão em Brasília. Ele declarou à Justiça que por várias
vezes emprestou a conta bancária dele para movimentar dinheiro de propina e
caixa dois, a mando do então parlamentar.
Com a prorrogação, o inquérito
deve ser concluído até o final de abril.
Na eleição de 2014, Nilson Leitão
disputava vaga no Senado e Wilson Santos, Carlos Avalone e Guilherme Maluf, de
deputado estadual.
A investigação é uma das muitas
abertas com base da delação de Permínio, que à época trabalhava como assessor
parlamentar de Nilson Leitão e no ano seguinte virou secretário estadual de
Educação do governo Pedro Taques.
O documento tem 176 páginas. O
inquérito tramita em sigilo.
Segundo Permínio, Nilson Leitão
teria revelado que a mesma editora teria doado recursos não contabilizados para
a campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB), por meio do primo dele Paulo
Taques, ex-secretário chefe da Casa Civil.
Ex-secretário de Educação do
governo Pedro Taques, Permínio foi preso em 2016 pelo Grupo de Atuação Especial
Contra o Crime Organizado (Gaeco), durante a Operação Rêmora, que investigou
desvio de verba da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio de fraudes
em licitações para obras de construção e reforma de escolas.
Além dele, dois funcionários
públicos e três empresários acusados de participação no esquema foram presos.
Leitão tentou vaga de senador nas
duas últimas eleições e não foi eleito.
Depois de fazer acordo de delação
premiada, o ex-secretário deu detalhes da fraude na Seduc. Afirmou, por
exemplo, que o empresário Alan Malouf, um dos presos na operação, investiu R$
10 milhões na campanha de Pedro Taques e que, posteriormente, no primeiro ano
de governo, foi montado um esquema na Seduc com o objetivo de arrecadar fundos
ilícitos para saldar as dívidas da campanha com esses investidores.
Ele também contou que foi nomeado
secretário para atender interesses de Nilson Leitão, que o indicou ao cargo, e
de outros políticos. A missão seria ajudar a desviar dinheiro da Seduc para o
pagamento de dívidas de campanha e despesas pessoais.
Ele passou cinco meses preso e a
delação dele firmada com o Ministério Público Federal, que resultou na abertura
de vários inquéritos, no entanto, só foi homologada em 2018 pelo Supremo
Tribunal Federal.
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