2020/06/08

Secretário vê colapso da rede hospitalar de MT antes do esperado: vai faltar leitos

gilberto figueiredo covid-19
Secretário de Saúde Gilberto Figueiredo pede que população pare de fazer festas e adote as medidas necessárias para se proteger contra a Covid-19

Com mais de 100 mortes vítimas da Covid-19 e quase 46% de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em Mato Grosso, o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, prevê que o colapso no sistema pode ocorrer antes do esperado. Ele lembra que a infecção está acelerada, atingindo a todos.

Dos 240 internados por causa da doença, a maioria, 122 está na UTI, o que demonstra a gravidade da Covid-19. Para o secretário, “conforto não existe mais e o número de pessoas que precisam de atenção hospitalar é muito grande, vão faltar leitos”.

Ao todo, são mais de 4 mil pessoas infectadas em todo o Estado e o secretário fez um apelo, em entrevista à Rádio Mega FM na manhã dessa segunda (8), para que a população colabore. “É mais recomendável que fique em casa, use máscara e pare de fazer festa como a gente percebe que tem muitas pessoas que estão banalizando, achando que não vão ser afetadas”.

A disseminação da doença tem sido rápida e, em menos de 6 meses desde o primeiro caso na China, o vírus já era considerado uma pandemia. “O principal condutor do vírus são as pessoas e se elas não entenderem isso, nós podemos triplicar o número de UTIs que ainda não será suficiente", argumenta o secretário de Saúde.

Ele lembrou da importância da gestão de Saúde em Cuiabá, pois a Capital começa a receber pacientes de outros municípios. Isso se deve ao colapso em hospitais do interior, como Sinop, Sorriso e Cáceres onde não há mais leitos de UTIs disponíveis.

Gilberto voltou a criticar a gestão de Emanuel Pinheiro (MDB) e considerou “preocupante a ausência dos leitos previamente pactuados. Nós temos aqui o caso especial em Cuiabá nenhum leito foi disponível no próprio Hospital São Benedito”.

Considera que Cuiabá não cumpriu com o que teria sido pactuado junto ao Ministério da Saúde. “Os leitos anunciados no plano de contingência de Cuiabá e habilitados no ministério estão dentro desse contexto do quadro que calculamos a taxa de ocupação. Se não forem disponibilizados, vamos colapsar mais cedo do que o que se imagina”.

Ainda não é o pico

Segundo Gilberto, a colaboração do Ministério da Saúde não tem sido eficiente. Ele afirma que foram disponibilizados somente 10 leitos de UTI pelo governo federal para todo o Estado, mas não veio respirador que é item essencial no tratamento de pacientes com quadros graves da Covid-19. A doença afeta os pulmões e os pacientes precisam da respiração mecânica.

Mesmo já sendo preocupante, a situação deve ser agravar em poucas semanas. De acordo com o secretário “a pandemia ainda não está no pico no país e não dá para esconder que aqui em MT ainda teremos dias difíceis. Em que pese há poucos dias tínhamos taxa ocupação baixa, estávamos situação um pouco mais confortável em relação a outros estados, esse conforto não existe mais”.

Alertou que os casos de Covid estão crescendo “em velocidade muito grande e o número pessoas necessitando de uma unidade hospitalar é enorme nesse momento e vai faltar leitos. E faltando leitos, aí a agonia maior da população".

Se continuar o ritmo de crescimento da infecção, diz Gilberto, “e as medidas não farmacológicas não forem respeitadas pela população em geral, não estamos muito longe de ter um colapso na rede hospitalar”.
RDNews 

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