Cerca de 10 mil professores
interinos terão os contratos suspensos pelo governo do Estado devido à pandemia
do coronavírus. Nesta quarta-feira (1), deputados estaduais criticaram e
cobraram da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para que os profissionais
não fiquem sem renda.
“Não é justo, não concordo. O
governo deve rever isso. Eu vou levar essa reivindicação para o governador
Mauro Mendes”, cobrou o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho
(DEM). Ele afirmou que vai levar a quesetão para o conhecimento do govenador
Mauro Mendes, do mesmo partido.
O deputado Lúdio Cabral (PT)
criticou e pediu para o governo rever a suspensão dos contratos durante a
sessão, onde outros deputados também abordaram o assunto. Mais tarde em post no Instagram, o petista
disse que são pelo menos 10 mil professores interinos que terão os contratos
suspensos.
“É um contrassenso neste momento.
Neste período, funcionários das empresas estão todos em casa e ninguém falou
nada de não pagar salários. É um momento diferente e acho que o governo tem que
rever isso, não é ir dizendo vai embora, quando puder a gente chama você, que
história é essa?”, questionou Botelho.
“Quantas empresas que estão todos
em casa. Então quer dizer que o governo pode fazer isso com os contratados, os
efetivos estão em casa, recebendo normal. Eles porque são contratados são
tratados dessa forma, não, tá errado. Tem que ter o mesmo tratamento”, disse o
presidente do Parlamento.
“Quero dizer que fiz compromisso
com o deputado (Valdir)Barranco de lutar em defesa de vocês. Eu fui professor
contratado também, fui efetivo depois, mas o contratado, ele sofre muito. Ele
recebe por último, quando tem qualquer dificuldade ele que é colocado nas ruas.
É uma dificuldade atrás da outra. Eu acho um mau exemplo que o governo está
fazendo de suspender o contrato dessas pessoas agora. Esse momento não é o
momento disso. O governo, a Secretaria de Educação está no caminho errado. Vou
estar com vocês nessa luta, nessa defesa”, disse Botelho.
“A cada ano, eles (professores)
têm os contratos renovados. Por conta da greve do ano passado, que durou 75
dias, o ano letivo de 2020 tem dois calendários. Um que iniciou em fevereiro e
outro que iria iniciar no dia 23 de março. Exatamente no dia em que se iniciou
o isolamento social e a suspensão das aulas, daí os profissionais agora recebem
está notícia”, reforçou o petista.
Segundo Lúdio Cabral, “os
interinos dessas escolas atribuíram suas aulas na semana anterior e havia o
compromisso da Seduc de assinar os contratos e colocar esses profissionais na
folha de pagamento, mas de forma surpreendente a Seduc não assinou esses contratos
e disse mais, que esses profissionais só terão seus contratos assinados depois
que a pandemia acabar. Quer dizer, mais da metade dos interinos, seis mil
trabalhadores que estão desde o mês de janeiro sem contrato, aguardando, foram
pegos de surpresa com essa medida”.
Conforme Lúdio Cabral, não tem
sentido essa medida. O pronunciamento do parlamentar foi reforçado por outros
parlamentares. Lúdio fez questão de
destacar que essas aulas serão repostas depois do isolamento social. “Não tem
sentido, o governo, com essa visão estreita, insensível, desumana, desamparar
milhares de trabalhadores que são os contratados temporariamente”, disse. (Com
informações da assessoria)
Outro lado
Em relação à contratação de
temporários para a rede estadual, a Secretaria de Educação informa que:
Em virtude do reordenamento
escolar e do grande número de professores efetivos remanescentes, o processo de
atribuição de aulas dos servidores efetivos para o 2º calendário letivo de 2020
ainda não foi concluído. Assim, considerando que o início das atividades desse
calendário previsto para iniciar-se em 23/03/2020 foi suspenso em decorrência
dos Decretos Governamentais nº. 407 de 16 de março de 2020 e nº. 432 de 31 de
março de 2020, a Secretaria de Estado de Educação não possui amparo legal para
a realização de contratação temporária por ausência de fato gerador que
consiste no exercício imediato das atividades laborais do contratado em sala de
aula.
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