2019/01/29

Suspeito de 'estupro corretivo' contra homossexual é preso em MT e polícia cita homofobia, intolerância e ódio

Suspeito confessou as agressões mas negou o estupro, alegando ser heterossexual — Foto: Polícia Civil-MT/ Assessoria
Suspeito confessou as agressões mas negou o estupro, alegando ser heterossexual — Foto: Polícia Civil-MT/ Assessoria
Um homem de 34 anos foi preso suspeito de espancar e estuprar um homossexual, de 30 anos, foi preso nesta terça-feira (29), em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá. O crime, segundo a Polícia Civil, que investiga o crime, foi motivado por homofobia, intolerância e ódio, em uma espécie de "estupro corretivo" - prática criminosa que visa exercer controle sob eventual comportamento social ou sexual da vítima.

A violência sexual é cometida, normalmente, contra vítimas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros, sob pretexto de 'curar a homossexualidade'.

O crume foi cometido no dia 10 deste mês, no Distrito de Guariba, após uma confraternização, em que a vítima foi desafiada a participar de um jogo de 'vira-vira' para ingestão de doses de bebida alcoólica.

A suposta brincadeira foi proposta pelo suspeito Fábio Modesto Santos, que, segundo a polícia, de forma dissimulada não ingeriu a mesma quantidade de bebida que a vítima, já planejando previamente deixá-la embriagada.

No decorrer da festa, o suspeito passou a ofender a vítima, com frases de cunho homofóbico, ridicularizando a forma de se expressar dela, e dizendo que não tolerava homossexuais e que deveria “aprender a virar homem”.

Quando a vítima apresentava sinais de embriaguez, o suspeito passou a oferecer repetidas vezes carona para levá-la para casa e, durante o trajeto, não parou o veículo no local combinado com a vítima e a levou contra a vontade até a casa dele.

Para que a vítima entrasse na residência, afirmou que precisava entregar um pen drive e, quando estavam dentro da casa, o suspeito trancou a portas e praticou o estupro, subjugando a vítima, e a agredindo com socos e golpes com um capacete.

Com ferimentos e sangramentos, a vítima saiu quase nua na rua gritando por socorro. Um morador o ajudou.

O caso foi denunciado à polícia, que pediu a prisão preventiva do suspeito.


A polícia afirma que se trata de um atentado a identidade de gênero, motivado por ódio, intolerância e homofobia.

A prisão preventiva foi determinada pela Justiça.

Na delegacia, Fábio confessou as agressões físicas, mas negou o estupro. Ele afirmou que é heterossexual e que jamais teria relação com um homossexual.

O exame pericial na vítima confirmou as lesões corporais. Foram diversas escoriações e hematomas pelo corpo, além de um corte de 4 centímetros na cabeça, causados por métodos de tortura e asfixia. Outro laudo da perícia confirmou a ocorrência do sexo anal, praticado mediante o emprego de violência, resultante em hemorragia.

De acordo com a polícia, Fábio possui histórico criminal anterior por tráfico de drogas, associação criminosa e tentativa de homicídio.

COLNIZA.
G1MT

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