Em entrevista à Rádio Vila Real
(11/01/19), o governador falou sobre a extinção de importantes empresas
públicas, uma delas a MTI
O Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados, Serviços de
Informática Similares e Profissionais de Processamento de Dados do Estado de
Mato Grosso vem a público disser que em 45 anos de atividade, a Empresa
Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) tem sido o instrumento do
Estado para alcançar as melhores soluções nas áreas da tecnologia da
informação. Sua missão é contribuir através da inovação tecnológica na melhoria
de vida do cidadão.
Nas últimas décadas, a MTI foi
afetada por gestões estaduais que impactaram na sua forma de atuação e definição
de prioridades. A alternância na forma de atuação dos gestores estaduais
impediu a MTI de manter padrões de prestação de serviços e continuidade de
projetos estruturantes de tecnologia, o que impactou diretamente na qualidade
dos serviços prestados. Em Mato Grosso há inúmeras leis que tratam da política
de Tecnologia da Informação. Contudo, o não funcionamento do Sistema Estadual
de Tecnologia - que atribui para a Secretaria de Planejamento (Seplan) a gestão
da tecnologia, e para a Secretaria de Gestão a aquisição de equipamentos e
serviços deixando para a MTI a responsabilidade de operacionalizar os sistemas
e a infraestrutura corporativas do Governo tem trazido prejuízos.
Em entrevista à rádio Vila Real
(11/01/2019), o governador Mauro Mendes disse que “recebeu documento assinado
por servidores dizendo que do jeito que está hoje não é viável”. Refutamos essa
fala do governador! Por isso, protocolamos um documento junto ao governo
mostrando que os servidores estão à disposição para enfrentar novos desafios e
fortalecer a MTI agregando valor à nova gestão. Sabemos que podemos contribuir
para o melhor funcionamento da saúde e da educação garantindo segurança ao
estado através de soluções inovadoras que possam contribuir com o equilíbrio
fiscal e demais necessidades. Portanto, confirmamos a viabilidade da nossa
empresa.
O atual plano de governo menciona
novos investimentos na modernização planejada da infraestrutura da MTI com
vistas à centralização do armazenamento de dados e a gestão da TIC dos órgãos
do Governo. Nós servidores, acreditávamos que seria meta desta gestão e fomos
surpreendidos com a notícia de extinção da MTI. A falta de atenção do
governador ao funcionamento da tecnologia no Estado nos assusta. Faltam
diretrizes e priorizações. Cada secretaria gasta o que quer sem padronização.
Aquisições demoram carca de 3 anos... Em Mato Grosso faltam recursos, mas mesmo
assim se gasta na aquisição de novos Data Centers (Centrais de Dados) sendo que
a MTI já possui uma ampla central para atender corporativamente toda a gestão.
Neste contexto, fica inviável “alcançar resultados” diante deste “desastroso
controle” de recursos tecnológicos.
Infelizmente, a MTI sofre o
reflexo de decisões governamentais que não proporcionaram condições à empresa
para implementação de várias normatizações. A governança de TIC, por exemplo,
foi remanejada para órgão da Administração Direta que deveria implementar ações
da política de TIC, o que não ocorreu nos últimos anos. A SEPLAN, responsável
por realizá-la, não a implantou porque não priorizou esta atividade por não ser
sua atividade fim; isso resultou na ineficiência e ineficácia dos projetos de
tecnologia. Da mesma forma, também foi transferida para Secretaria de Gestão as
aquisições/compras corporativas de Tecnologia da Informação que por falta de
qualificação técnica não conseguiu realizar as aquisições/compras necessárias.
Mauro Mendes disse em entrevista
que “o Estado vai continuar contando com uma empresa, possivelmente privada,
cuidando da parte da informática”. Porém, não podemos concordar com a afirmação
de que a tecnologia do Estado poderá “ser cuidada por um simples setor de
informática”. Os dados e informações da máquina estatal são estratégicos e
devem ser mantidos na administração pública. Não podemos permitir a entrega
destes valiosos dados à empresas privadas. Este serviço é indelegável e o
governo deve pautar pela proteção dos dados sigilosos do estado; pela segurança
de suas informações e pela continuidade do negócio.
Nos preocupa a falta de
entendimento quando Mauro Mendes compara a complexidade da tecnologia
corporativa de um Estado com um setor de informática de uma empresa.
Acreditamos num modelo onde as empresas privadas possam contribuir com o
Governo, inclusive com as possibilidades de parcerias amparadas pela Lei das
Estatais (13.303/2016), porém sob o controle da MTI.
Embora o governador mencione que
a MTI custa caro, reafirmamos que esta empresa há 45 anos é provedora de
soluções de TI estratégicas para o Estado, possuindo quadro de pessoal
altamente qualificado e sua viabilidade está prejudicada pelas inúmeras ingerências
da Administração Pública. Hoje, a MTI atende cerca de 174 clientes nas esferas
estadual, municipal e federal e ainda nos três poderes.
Com seus servidores cedidos para
mais de 21 órgãos, a MTI tem atuação direta nos resultados alcançados por estes
clientes, como a manutenção de inúmeros sistemas da Secretaria de Fazenda, como
Nota Fiscal Eletrônica, Conhecimento de Transporte Eletrônico, Nota Fiscal de
Consumidor Eletrônica, Arrecadação, Certidão Negativa de Débito integrada
SEFAZ/PGE, Conta Corrente Fiscal, Índice de Participação de Município, IPVA,
entre outros.
Atualmente, a empresa mantém mais
de 56 Sistemas Corporativos e Críticos somente pelos servidores na sede da
empresa, sendo o MT Cidadão, FIPLAN MT, OBRAS, DÍVIDA PÚBLICA, CONVÊNIOS,
DETRANNET, TOTEM-DETRAN, Vistoria Eletrônica, Talonário Eletrônico, Leilão
Detran, o Sistema de Protocolo, Sistema de Aquisições, Sistema de Vigilância
Animal, Vegetal e Madeira, os Portais dos órgãos, entre outros. Ainda em sua
estrutura tecnológica, são mantidos mais de mil servidores virtuais e físicos,
260 aplicações, 60 km de fibras óticas, mais de 20000 chamados de serviços
atendidos por ano e mais de 4000 chamadas de software também por ano.
Entregamos muitos resultados. Mas
se os resultados não estão atendendo ao Governo é por falta de definição de
prioridades. E quem deveria definir isso, o Sistema de Tecnologia do Estado,
não atuou e não funcionou até aqui. Então, antes de falar que não entregou,
precisa primeiramente avaliar se soube pedir ou priorizar. Não podemos
concordar com a fala precipitada do governador que em análise de dados frios
apresentados na transição de governo, sem a participação da empresa, decide
fechá-la após 5 dias de sua posse. Inclusive uma transição irresponsável que
somente fez uma reunião e solicitou alguns documentos não teria condições de
tomar uma decisão tão drástica e de alto risco para o Estado e o Cidadão.
A empresa sabendo da situação
financeira do Estado, implantou o Plano de Demissão Voluntária (PDV) visando a
diminuição da folha a curto e médio prazo. A MTI foi a primeira a ter esta
atitude no Estado. Fez todo estudo e estruturação e implantou em Dezembro/18 e
já conta com a adesão de mais de 80 empregados (cerca de 20% dos empregados).
Agora, este projeto está sendo replicado para todas as demais empresa e
inclusive para administração direta. Mesmo assim, a MTI não é reconhecida pelo
atual governo por conta de todo o trabalho realizado.
Mauro Mendes diz que “o estado
precisa de Modelos de prestação de serviços eficientes e inteligentes. Com a
nova lei das estatais, será a primeira vez que as empresas públicas terão a
oportunidade de ter uma atuação como empresa de verdade. Até então, era muito
difícil uma empresa pública ter essa agilidade e flexibilidade de executar seus
serviços. Inclusive, este modelo favorece a entrada de nova receita para o
Governo. O que podemos afirmar é que Mato Grosso já possui um modelo de
prestação de serviços eficiente e inteligente, mas não sabemos a real intenção
desta decisão de Mauro mendes em extinguir a MTI e enfraquecer a tecnologia do
Estado.
Cuiabá, 12 de janeiro de 2019.
Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados, Serviços de
Informática Similares e Profissionais de Processamento de Dados do Estado de
Mato Grosso.
---
REDES SOCIAIS: Facebook e
Instagram - @mtifica
http://www.sindpd-mt.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.