O presidente eleito, Jair Bolsonaro, durante evento no dia 11 de dezembro de 2018 Foto: Jorge William / Agência O Globo |
BRASÍLIA — A dessalinização , apontada pelo presidente
eleito Jair Bolsonaro como solução a ser buscada em Israel para a falta de água
no semiárido nordestino, já é realidade no Brasil desde 2004, quando o governo federal lançou o
programa Água Doce. Coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), a ação
atende hoje 230 mil pessoas e não conta com parceria do governo israelense.
Segundo o ministério, a tecnologia "é a mesma utilizada nas grandes usinas
de dessalinização instaladas pelo mundo".
Os sistemas de dessalinização
implantados pelo projeto, em parceria com instituições federais, estaduais e
municipais, captam as águas subterrâneas salobras e salinas. Essa água bruta
passa pelo dessalinizador e é distribuída para a comunidade por meio de chafarizes.
Os efluentes gerados no processo
de dessalinização são encaminhados para tanques de evaporação. Em algumas
comunidades, estes resíduos vão para um sistema integrado de produção, onde são
produzidas tilápias e forragem para o rebanho local. No Rio Grande do Norte, há
uma unidade piloto implantada que utiliza energia solar fotovoltaica, aponta o
MMA.
No total, há 575 sistemas de
dessalinização em funcionamento, sendo 234 no Ceará, 44 na Paraíba, 29 em
Sergipe, 10 no Piauí, 68 no Rio Grande do Norte, 45 em Alagoas e 145 na Bahia.
Outras 147 estações estão em obras. Os estados de Pernambuco, Minas Gerais e
Maranhão também firmaram convênios e estão, no momento, na fase inicial de
diagnóstico. O número geral de sistemas contratados, nas mais diversas etapas,
é de 924.
O investimento médio para cada
sistema de dessalinização é de R$ 250 mil, considerando os custos relativos ao
diagnóstico, implantação (equipamento e obras), apoio à gestão e um ano de
monitoramento e manutenção. Um sistema atende, em média, 400 pessoas, informou
o Ministério do Meio Ambiente.
O Globo
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