Marielle (centro) participou de um evento na Lapa antes do assassinato(Foto: Reprodução/Facebook) |
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros na Rua Joaquim Palhares, Região Central do Rio, na noite desta quarta-feira (14). Segundo a GloboNews, fontes da polícia dizem que todos os indícios, até o momento, indicam que o crime não se trata de um assalto.
De acordo com policiais do 4° BPM (São Cristóvão), ela foi baleada dentro de um carro. Ela e um motorista morreram no local. O caso já está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH).
Por volta das 22h15, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) estava indo para o local. Segundo Freixo, havia uma terceira pessoa no carro, a assessora Fernanda Chaves, que trabalha no gabinete da vereadora. A informação foi confirmada pelo delegado Fábio Cardoso.
Fernanda não foi atingida pelos tiros, somente por estilhaços. A sobrevivente foi levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.
Segundo as primeiras informações da PM, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Eles fugiram sem levar nada.
"Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra
acabe?"
Uma dia antes de ser assassinada, Marielle reclamou da
violência na cidade no Twitter. No post, ela questiona a ação da Polícia
Militar.
"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando
para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão
precisar morrer para que essa guerra acabe?"
Na mesma rede social, Marielle chamou o 41° BPM de
"Batalhão da morte", no sábado (10).
"A gente está muito abalado, assustado, surpreso. Saí
agora da Alerj e soube da notícia (da morte da Marielle). O (Marcelo) Freixo
foi o primeiro a ir para lá. Não tem como falar (sobre execução), seria
especulação, mas é claro que o sentimento é esse. Mas é cedo para falar. A
Marielle sempre foi muito combativa, trabalhou nos direitos humanos com o
Freixo e sempre deu voz às pessoas atacadas pelas forças", disse o
deputado estadual Wanderson Nogueira.
Marielle se apresentava como "cria da Maré" e foi
a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016 com 46.502 votos.
Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração
Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de
mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”. Trabalhou em
organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações
Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos
e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de
Marcelo Freixo.
"O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E
acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte.
CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens", escreveu
ela.
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