O delegado da Polícia Judiciária
Civil, Adil Pinheiro de Paula, que comandou as investigações
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Investigações do desvio de R$ 23
milhões de uma cooperativa de produtores de cana de açúcar, em Campo Novo dos
Parecis (396 km a Noroeste), conseguiram
na Justiça bloquear todos os bens do principal operador do esquema milionário,
o ex-gerente financeiro da cooperativa, N.F.R.
O inquérito que tramita na
Delegacia da Polícia Judiciária Civil do município, apura crimes de furto
qualificado pelo abuso de confiança e mediante fraude, associação criminosa e
lavagem de dinheiro, cometidos por uma associação criminosa que se formou
dentro da empresa por empregados e comparsas alheios aos quadros da
Cooperativa, entre os anos de 2011 até junho de 2017.
Um mês depois do desligamento do chefe do esquema criminoso,
ocorrido em 8 de maio de 2017, ainda houve uma tentativa de desvio da
cooperativa, quando o suspeito ligou para empresa solicitando que fosse
realizado um pagamento de R$ 467 mil em favor de uma pessoa.
No último dia 17 de julho, o
delegado da Polícia Judiciária Civil, Adil Pinheiro de Paula, representou pela
prisão preventiva do suspeito, indisponibilidade dos bens e recursos, quebra de
sigilo financeiro, fiscal e bancário de N.F.R. e sua esposa, A.R.D.R.
Em decisão, no dia 21 de julho, a
Juíza de Direito, Claúdia Anffe Nunes da Cunha, concedeu o bloqueio dos bens, a
quebra de sigilo financeiro, fiscal e bancário dos investigados, sendo
bloqueados 15 imóveis em Campo Novo dos Parecis, 7 bens localizados em Juína,
Cuiabá e Paraná, além de recursos financeiros, automóveis e gado.
Na decisão, a Justiça indeferiu o
pedido de prisão preventiva, mas aplicou medidas cautelares como o
monitoramento eletrônico por meio de uso de tornozeleira; prazo de 24 horas, a contar da notificação,
para apresentar comprovantes de endereço que poderá ser localizado; não se
ausentar do município, sem nenhuma hipótese, sem prévia autorização judicial;
comparecer mensal em juízo; comparecer, sempre que for intimado, a todo os atos
processuais tanto perante a autoridade policial, como em juízo, proibição de
frequentar a Cooperativa, bares, festas, forró e congêneres enquanto durar o
processo.
"A Polícia Judiciária Civil
vai aprofundar as investigações, pois há fortes indícios da participação de
outras pessoas. Alem das empresas de fachada usadas para desviar o
dinheiro", informou o delegado Adil Pinheiro.
A Cooperativa vítima tem 46
cooperados, divididos em 19 famílias, sendo quase a totalidade dessas famílias
residentes Campo Novo do Parecis e constituiem parte importante dos geradores
de renda e emprego da cidade.
O delegado Adil Pinheiro de
Paula, em seu pedido à Justiça, descreve como semelhante a atuação implementada
pelo investigado N. e sua organização criminosa, com os esquemas
"amplamente noticiados nas investigações que envolvem grandes
Estatais do país (Lava Jato) é nítida. N., dilapidou o patrimônio da
Cooperativa da mesma forma que os políticos do Brasil dilapidaram das nossa
Estatais. A ganância de N. era tanta que os crimes deixaram rastros. Ele não
titubiou em desviar milhões e adquirir, de forma desenfreada, um patrimônio
enorme".
Buscas
Durante buscas realizadas com
autorização da Justiça, no dia 12 de julho, a Polícia Civil apreendeu farta
documentação que prova o enriquecimento ilícito do investigado, N.F. nos
últimos anos. "Encontramos provas da movimentação de milhões de reais em
curto espaço de tempo. Aquisição de muitos imóveis, rurais e urbanos, além de
automóveis, contratos de aluguel, anotações sobre a construção e imóveis com
gastos na casa de centenas de milhares de reais", disse o delegado.
Conforme o delegado, a
documentação será periciada para determinar a relação dos bens de N. e seus
familiares que não constam na declaração e imposto de renda. "Ou pelo
menos que estão subavaliados, o que mais tarde pode configurar crime
tributário, a depender de maiores investigações", completa.
As investigações seguem em sigilo
decretado pela Justiça.
Midia Newes
PJC
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