2017/07/09

Menor acorrentado pela mãe deve ficar 9 meses internado

Antes de sair da clínica o menor passará por um trabalho de reinserção social, em que trabalhará e estudará de forma monitorada. Araújo diz que a mãe do adolescente só poderá visitá-lo no segundo domingo do próximo mês.
O adolescente de 17 anos, que ficou acorrentado à mãe por três dias devido ao vício em crack, em Itapetininga (SP), deve ficar internado por pelo menos nove meses em uma clínica de recuperação, em Bady Bassitt (SP), segundo o responsável pelo local, Pedro Henrique Ribeiro Araújo. Em entrevista ao G1, o dono da clínica afirmou que o grau de dependência do jovem é forte, mas que ele está bem e medicado.


"Geralmente, o tratamento dura de seis a nove meses, mas ele chegou com um grau de dependência química muito forte. Por isso, a previsão é de pelo menos nove meses. Em três meses o adolescente se recupera da dependência física, mas a dependência emocional e mental demora mais. A recuperação do trauma, o pesadelo e a obsessão demoram cerca de seis meses. A gente conversou e ele já se diz arrependido de ter deixado a avó cheia de contas e sem nada, o que é um bom sinal", afirma.

Araújo diz que a abstinência só deve aparecer daqui a uma semana. "A abstinência não virá com o pedido da droga, mas com a vontade de ir embora. Ele irá dizer que está com saudade da mãe e deve chorar bastante, mas o remédio tira a ansiedade", explica.

Para o dono da clínica o adolescente tem chance de se recuperar. "A gente trabalha com a trilogia: igreja, conscientização (grupos de autoajuda) e laborterapia. No nosso caso, o trabalho será ajudar durante 50 minutos com os afazeres de casa. Se ele praticar o que aprendeu ao sair da clínica, com certeza não terá recaída", diz.


Antes de sair da clínica o menor passará por um trabalho de reinserção social, em que trabalhará e estudará de forma monitorada. Araújo diz que a mãe do adolescente só poderá visitá-lo no segundo domingo do próximo mês.


‘Sensibilizado’


O dono da clínica afirma que aceitou internar o adolescente após receber fotos e percerber o desespero da mãe, que se acorrentou ao filho até conseguir uma clínica e, assim, evitar que o filho usasse o crack



Segundo Araújo, dos 60 pacientes internados no local, pelo menos 10 são para vagas sociais, como a do caso do adolescente. O tratamento será gratuito. A família teve de arcar apenas com o transporte do adolescente até a clínica e a entrada da internação.
G1

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