2014/11/28

Médica do sistema prisional de MT teria comprado diploma

Durante os trabalhos da operação Falsário, deflagrada ontem em Mato Grosso e outros dois Estados pela Polícia Civil, visando desarticular uma quadrilha especializada em emissão de diplomas falsos, foi apontado que uma servidora do sistema prisional de Mato Grosso teria comprado o diploma. O fato teria ocorrido após a mesma ser aprovada em concurso para o cargo de médica.


“A servidora ainda não foi detida e está exercendo a função de médica normalmente”, afirmou a delegada Ana Maria Machado Costa, titular da delegacia de São José dos Quatro Marcos, responsável pelas investigações. Ainda segundo ela, as investigações prosseguem e o intuito é conseguir provas suficientes para indiciar e exonerar a servidora. “Não podemos fornecer detalhes, porque é um caso grave e precisamos de cautela”, disse.

A operação cumpriu 56 ordens judiciais em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, sendo 10 mandados de prisão preventiva, 23 busca e apreensão domiciliar e 23 três mandados de condução coercitiva. Apenas um mandado de prisão não foi cumprido. Também foram apreendidos cerca de 300 diplomas e certificados, que ainda seriam entregues a "clientes", R$ 126 mil em dinheiro, 28 mil em cheques, além de notebooks e computadores, entre outros documentos.

As investigações iniciaram em julho deste ano, em Cáceres, após o recebimento de denúncias da compra de diplomas para conclusão do ensino fundamental e médio. Conforme a delegada, nas investigações a Polícia Civil descobriu que o esquema de emissão de certificados falsos foi montado por um empresário dono de uma rede de laboratórios na cidade de Cáceres, identificado por Carlos Alexandre de Souza, que atendia pessoas de várias partes do Brasil.

O empresário foi preso na operação, em cumprimento de mandado de prisão preventiva, em Cáceres, onde ele e a mulher administram dois laboratórios e estão prestes a inaugurar outro na cidade de São José dos Quatro Marcos. Ele já foi investigado em São Paulo e estaria agindo desde o ano de 1998. Ele fixou residência no Estado há quatro anos e passou a movimentar o esquema com apoio de colaboradores.

O valor dos diplomas, conforme apurado variava de R$ 980 e até 90 mil para curso superior. Uma média de 40 pedidos eram recebidos ao mês no escritório da "Inovar Cursos Preparatório", montado pela organização criminosa em Cuiabá. Um desses diplomas, do curso de medicina, foi apreendido em Jundiaí, São Paulo. "A priori pelas investigações da Polícia Civil há falsidade ideológica. O conteúdo dos documentos que é falso. Esses alunos não assistiam aula presencial. As assinatura prévias não eram feitas por eles. Eles apenas efetuavam o pagamento e recebiam em questão de um a dois meses o certificado", explicou a delegada.

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