2014/04/26

Gado é abatido em MT após contato com animal suspeito de vaca louca

Operação reuniu técnicos do governo em São José dos Quatro Marcos.
Caso atípico de doença em MT é investigado em laboratório da OIE.Leandro J. Nascimento Do G1 MT, enviado a São José dos Quatro Marcos

Comitiva do Mapa  (Foto: Leandro J.Nascimento/Agrodebate)Técnicos do Mapa e Indea/MT chegam a frigorífico onde 49 bovinos foram abatidos (Foto: Leandro J.Nascimento/G1 MT)
Logo no início da manhã deste sábado (26) técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) chegaram ao frigorífico localizado no município de São José dos Quatro Marcos, região sudoeste. Na unidade foram abatidos e incinerados 49 bovinos que tiveram contato com a fêmea que despertou as suspeitas para um possível caso de mal da vaca louca em um ruminante no estado.

  • Os animais, com faixa etária entre 11 e 13 anos, estavam na mesma propriedade rural em Porto Esperidião, na zona de fronteira com a Bolívia, e precisaram ser sacrificados para atender aos protocolos internacionais de sanidade animal por conviverem com a vaca doente.
A investigação sobre o suposto caso é conduzida em um laboratório referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na Inglaterra. A previsão é que os resultados saiam na próxima semana. Perante a OIE, o Brasil detém o status de risco insignificante para a doença.
Fumaça indica a incineração dos bovinos abatidos em frigorifico. (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)Fumaça indica a incineração dos bovinos abatidos em frigorifico. (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Entenda o caso
A fêmea de 12 anos foi encaminhada para abate em São José dos Quatro Marcos, em 19 de março. Mas apenas no frigorífico ela apresentou distúrbios neurológicos que indicam sinais da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Um fiscal do Mapa notou que a fêmea estava caída, a excluiu da fila de abate rotineiro na empresa e adotou os primeiros procedimentos em casos dessa natureza: abate, coletar amostra de material encefálico e encaminhar para análise laboratorial para a EEB.
O governo brasileiro classificou o episódio como atípico porque, segundo ele, a fêmea já em idade avançada era criada no sistema extensivo e tinha sua dieta baseada no pasto e ração animal. De acordo com o governo, produtos derivados desse bovino não ingressaram na cadeia alimentar humana.
A alimentação incorreta dos ruminantes pode representar riscos à propagação de doenças, como o mal da vaca louca, especialmente quando contêm restos de proteína animal.
Técnicos acertam os últimos detalhes para procedimento de abate de gado em frigorífico de MT. (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)Pela manhã, técnicos se reuniram para os últimos detalhes do procedimento de abate do gado. (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
O que é a vaca louca?
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos. É causada por uma proteína chamada príon. A contaminação ocorre quando o bovino ingere alimentos de origem animal, como farinhas de carnes e ossos.
No organismo bovino, o príon pode ficar inativo por uma média superior a cinco anos. Ao se manifestar, atacará principalmente o sistema nervoso do animal, multiplicando-se no cérebro do ruminante. A doença é caracterizada clinicamente por nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção.

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