2014/04/26

Criança passa quase 2 meses com bateria para brinquedo dentro do nariz

Menino foi seis vezes a pronto socorro, mas médicos não viram o problema.
Líquido da bateria vazou e ele teve septo nasal necrosado, em Goiânia.

Luísa Gomes Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera


Henrique Silva Santos, de 2 anos, passou cerca de 50 dias com uma bateria para brinquedo dentro do nariz em Goiânia Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Henrique, de 2 anos, passou cerca de 50 dias com
bateria no nariz (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Henrique Silva Santos, de 2 anos, passou quase dois meses com uma bateria para brinquedo dentro do nariz, mas, depois de ser atendido seis vezes, nenhum médico viu o objeto.
Segundo a família, o menino foi atendido no Serviço de Atendimento da Unimed no Setor Oeste, em Goiânia. Devido ao período em que ficou no nariz da criança, a bateria começou a vazar, e a cartilagem que divide as cavidades das narinas, o septo nasal, acabou sendo necrosada.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Unimed em Goiânia, que afirmou em nota que a empresa está atenta ao fato ocorrido com o menino e está tomando as providências cabíveis.
O pai, o corretor Dihosley Silva Santos, 28, afirma que a família não viu e não sabe como o objeto foi parar no nariz de Henrique.  A bateria só foi localizada cerca de 50 dias depois que o menino se queixou de dores.

“Levei ele em um pula-pula e ele caiu de rosto na cama elástica. Ele chorou um pouco, mas, mesmo assim, continuou pulando. No dia seguinte, ele foi levado para a creche e se queixou de dores no nariz. A professora foi dar uma olhada e viu o objeto metálico, que já estava bem próximo da narina. Acho que o movimento no pula-pula deslocou o objeto”, contou ao G1.
No dia 3 de abril, Henrique foi submetido a uma cirurgia para retirada do objeto, mas o líquido da pilha, que é corrosivo, já tinha danificado a cartilagem. De acordo com o pai, o médico que atendeu o menino informou que a cirurgia para corrigir o problema só poderá ser realizada quando ele completar 16 anos. “Até lá, ele pode ter dificuldade de respiração, ronco sangramento, mau cheiro e rinite alérgica”, diz.
Indignado, o pai relata que procurou atendimento médico seis vezes, desde o dia 15 de fevereiro, quando a criança começou a se queixar de diarreia, dor de cabeça, febre e coriza.
Dihosley afirma que somente na consulta mais recente um médico pediu que a criança passasse por um exame. “Durante todo esse tempo, falavam que era sinusite, que era virose, anemia. E esses diagnósticos foram feitos sem que nenhum médico pedisse um exame sequer”, diz.
A família registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil contra o plano de saúde e os médicos que atenderam a criança. Eles também fizeram o pedido formal para ter acesso ao prontuário de atendimento e devem propor uma ação.
“O que a gente pede é que o médico se coloque no nosso lugar e tente nos ajudar dando assistência. Meu filho vai ter um problema que não vai ser corrigido agora e vamos passar anos com esse problema. O mínimo que eles podem fazer é dar uma reposta”, conclui o pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.

Featured post