Todos os feridos foram levados para o hospital Souza
Aguiar – seis são mulheres. De acordo com a Secretaria Municipal de
Saúde do Rio, o cinegrafista chegou em coma ao hospital. Ele sofreu
afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por
cirurgia no setor de neurologia.
Em nota, o Grupo Bandeirantes lamentou o ocorrido.
"O cinegrafista Santiago Andrade da Band foi ferido na cabeça por um
artefato – não se sabe, por enquanto, se uma bomba de gás lacrimogênio
ou de fabricação caseira", afirmou o comunicado. Segundo a emissora, o
cinegrafista perdeu muito sangue e foi levado,sem sentidos para o
hospital em um carro da polícia. O caso foi registrado no 5º Distrito
Policial.
O fotógrafo do Terra Daniel Ramalho
acompanhava a manifestação perto do cinegrafista, e contou que o
profissional ficou no meio do fogo cruzado entre policiais e
manifestantes. “Os manifestantes estavam jogando pedra e os PMs jogando
bomba de gás, foi em um momento tenso, ele (o cinegrafista) estava
até abrigado ao lado de uma árvore”, disse. “Eu estava fotografando
focado no grupo de policiais. Quando ouvi um barulho e olhei para a
árvore, um negócio explodiu como se fosse um fogo de artifício,
espalhou, teve um fogo grande para o lado e para cima. Quando olhei de
novo, ele já estava caído, pela lente da câmera eu vi ele caindo 'duro'
para o lado, e vi que era grave”, relata o fotógrafo.
O operário de construção civil Carlos André Silva, 24
anos, também testemunhou a cena. "Estava indo para casa quando bem ao
meu lado eu ouvi um estrondo. Quando olhei, vi ele caído, desacordado,
com um buraco na cabeça. Ele sangrava muito."
Durante o protesto, um grupo de 500 pessoas marchou em
direção à Central do Brasil e pulou a catraca aos gritos de "pula que é
de graça", danificando algumas roletas. O policiamento foi reforçado com
a presença de homens do Batalhão de Choque.
Uma mulher teve um corte profundo no braço direito em
função de cacos de vidro que foram em sua direção após uma pedra atingir
uma vidraça da estação. Funcionários da Supervia tentam chamar o Samu
enquanto socorristas voluntários tentam estancar o sangramento.
Policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo para
dispersar os manifestantes que ocupavam a estação de trem e muitos
passageiros passaram mal dentro da Central do Brasil, onde era forte o
cheiro de gás. O movimento é organizado pelo Movimento Passe Livre, que
protesta contra o aumento da passagem de ônibus da rede municipal. A
nova tarifa passa a vigorar no sábado, com o valor passando de R$ 2,75
para R$ 3.
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